Café dispara 60% em 12 meses, forçando brasileiros a consumir menos, aponta pesquisa
Uma nova pesquisa divulgada nesta segunda-feira (29) mostra que os brasileiros estão adaptando seus hábitos de consumo de café devido à forte alta nos preços. O levantamento, conduzido pelo Instituto Axxus a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) com 4.200 pessoas em setembro de 2025, confirma que a bebida, apesar de essencial para 96% dos entrevistados, está pesando mais no bolso.
O impacto da disparada dos preços é claro:
- 24% dos brasileiros diminuíram o consumo de café neste ano, o maior índice já registrado e o primeiro a superar o número de pessoas que aumentaram o consumo (apenas 2%).
- 39% dos consumidores afirmam estar comprando a marca mais barata da prateleira, independentemente da preferência. Em 2019, esse percentual era de apenas 7%.
O critério de compra mudou drasticamente. Antes, os consumidores faziam uma escolha dentro de suas marcas favoritas; agora, a prioridade absoluta é o preço mais baixo disponível.
Apesar das mudanças nos hábitos de consumo, o índice de brasileiros que tomam café diariamente (96%) se mantém estável, com quase metade (44%) consumindo entre três e cinco xícaras por dia. Isso, segundo o pesquisador Sérgio Parreiras Pereira, do IAC, demonstra que o consumidor “não abre mão da bebida, mas está adaptando seus hábitos ao novo contexto econômico”.
Disparada dos preços
O aumento de custo é significativo. Dados de agosto de 2025 da Abic mostram que o quilo do café atinge R$ 62,83, quase o dobro do valor registrado há apenas dois anos (R$ 32,40). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que a bebida acumula uma alta de 60,85% nos últimos 12 meses.
A situação deve piorar: a Abic prevê que os preços no varejo devem voltar a subir cerca de 15% nas próximas semanas, refletindo o custo mais elevado da matéria-prima para a indústria.
