Caças da Alemanha e Suécia interceptam jatos russos sobre o Báltico; deputado alemão exige derrubada de aeronaves da Rússia que violam o território da OTAN
Aumenta a tensão entre a Rússia e a OTAN após uma série de incidentes recentes. Segundo relatos da Alemanha e da Suécia, caças de ambos os países foram enviados para interceptar um avião de reconhecimento russo IL-20M que estava em espaço aéreo internacional sobre o Mar Báltico. A interceptação foi ordenada pela OTAN após a aeronave russa voar sem um plano de voo ou contato de rádio. A aeronave foi visualmente identificada pelos caças alemães e, posteriormente, a escolta foi repassada aos suecos.
Outras violações e a resposta da OTAN
Este incidente faz parte de uma sequência de violações do espaço aéreo da OTAN por aeronaves militares russas em setembro.
- A Estônia reportou que três caças russos MiG-31 invadiram seu espaço aéreo por 12 minutos. Em resposta, a primeira-ministra estoniana Kristen Michal acionou o Artigo 4 da OTAN, que permite consultas entre os membros quando um deles se sente ameaçado. O Ministério da Defesa da Rússia nega a acusação.
- A Polônia também acionou o Artigo 4 após mais de dez drones russos entrarem em seu espaço aéreo. As forças polonesas derrubaram alguns dos drones. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, descreveu o evento como o “mais próximo que chegamos de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial.”
- A Romênia também relatou a invasão de seu espaço aéreo por um drone russo. A Rússia, por sua vez, sugeriu sem apresentar provas que o incidente foi uma provocação da Ucrânia.
Possível resposta militar e o alerta alemão
Diante das incursões, um membro do parlamento alemão, Jürgen Hardt, levantou a possibilidade de abater caças russos que violarem o território da OTAN. Hardt, que é porta-voz de política externa do bloco conservador do chanceler Friedrich Merz, defende que o Kremlin precisa de um “sinal claro de parada”. Ele alertou que, sem uma resposta firme, as provocações russas podem escalar de violações de espaço aéreo para o bombardeio de alvos e, em seguida, o envio de soldados.
Hanno Pevkur, ministro da defesa da Estônia, disse que o objetivo da Rússia com essas ações é desviar a atenção da ajuda à Ucrânia e focar nos próprios territórios da OTAN, forçando o Ocidente a “cuidar da própria vida enquanto a Rússia lida com a Ucrânia”.


