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Cabos submarinos são cortados no Mar Vermelho e interrompem a internet em partes da Ásia e do Oriente Médio

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Especialistas em telecomunicações confirmaram que o acesso à internet foi severamente afetado em diversas regiões da Ásia e do Oriente Médio após a interrupção de cabos de fibra ótica no fundo do Mar Vermelho. Embora a causa exata do incidente não tenha sido esclarecida, as suspeitas recaem sobre os rebeldes houthis do Iêmen, que negaram a autoria de ataques semelhantes no passado.

Os cabos submarinos são uma infraestrutura vital para a internet global, atuando como a principal espinha dorsal de dados. A interrupção no Mar Vermelho afetou sistemas como o SMW4 e o IMEWE, que operam na região. As empresas responsáveis, incluindo a Tata Communications e a Alcatel-Lucent, ainda não se manifestaram sobre o ocorrido.

A empresa de tecnologia Microsoft confirmou que o Oriente Médio pode apresentar “latência aumentada”, e o grupo de monitoramento NetBlocks relatou falhas de conectividade em países como Índia e Paquistão. As operadoras de telecomunicações no Paquistão, como a Pakistan Telecommunications Co. Ltd., e nos Emirados Árabes Unidos, como a Du e a Etisalat, também registraram problemas, com usuários reclamando de velocidades mais lentas.

Contexto de segurança e possíveis causas

Os cortes de cabos submarinos são um problema complexo. Eles podem ocorrer acidentalmente, por exemplo, por meio de âncoras de navios. No entanto, o histórico de confrontos no Mar Vermelho levanta a preocupação de que os cabos possam ser alvos de ataques deliberados. O reparo dessas linhas é um processo demorado, podendo levar semanas para ser concluído, já que exige o posicionamento de navios especializados para recuperar e emendar os cabos danificados.

O incidente atual se soma a um cenário de escalada de tensões. Os houthis, apoiados pelo Irã, têm conduzido uma campanha de ataques a navios no Mar Vermelho, que eles justificam como uma forma de pressionar pelo fim da guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. Embora os houthis tenham negado responsabilidade por cortes anteriores, o canal de notícias Al-Masirah, ligado ao grupo, reconheceu o evento, citando o relatório do NetBlocks.

Desde novembro de 2023, a campanha houthi resultou em mais de 100 ataques a embarcações, causando o afundamento de quatro navios e a morte de pelo menos oito marinheiros. Essa nova interrupção dos serviços de internet adiciona mais um capítulo à complexa situação geopolítica da região, em um momento em que as negociações de cessar-fogo na guerra de Gaza e o futuro das conversas sobre o programa nuclear iraniano permanecem incertos.

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