Brasil afirma seu espaço com direito de resposta às ações americanas
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou em Washington que o país não cederá a pressões externas. A declaração foi feita após uma reunião com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, no mesmo dia em que os Estados Unidos impuseram sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e anunciaram uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Segundo Vieira, o Brasil “se reserva o direito de responder às medidas adotadas pelos Estados Unidos”. O encontro com Rubio, que não estava na agenda oficial do Secretário de Estado, foi uma tentativa de aliviar as tensões entre os dois países. O governo brasileiro está preocupado com a possibilidade de intervenção estrangeira em suas questões internas.
O chanceler brasileiro deixou clara a rejeição do Brasil a pressões externas. Ele ressaltou que “qualquer interferência na soberania nacional em decisões do Judiciário brasileiro, incluindo a condução do processo judicial no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado, é inaceitável e inapropriada”.
Vieira informou que, ao retornar ao Brasil, irá se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir as ações de resposta do país. Para o Itamaraty, as sanções contra Moraes e o aumento das tarifas não são uma coincidência, mas sim uma estratégia de pressão direta para influenciar a política interna brasileira e o julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.
