Bolsonaro faz nova cirurgia e deve passar o Ano Novo no hospital; médicos atualizam estado de saúde
A equipe médica do ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou, nesta segunda-feira (29), que seu estado de saúde é considerado estável. Internado no hospital DF Star, em Brasília, desde o dia 24 de dezembro, Bolsonaro precisou passar por um segundo procedimento cirúrgico na tarde de hoje para tentar conter uma crise persistente de soluços que não cedeu aos tratamentos convencionais com medicamentos.
A intervenção, denominada “bloqueio do nervo frênico”, durou cerca de uma hora e foi realizada no lado esquerdo do corpo. No último sábado (27), o ex-presidente já havia sido submetido ao mesmo processo no lado direito. De acordo com os especialistas, a divisão em duas etapas é uma medida de segurança obrigatória para evitar riscos de complicações respiratórias graves, uma vez que esse nervo é responsável pelo controle do diafragma.
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Previsão de alta e cuidados pós-operatórios
Apesar da estabilidade, a saúde de Bolsonaro ainda exige cautela. A equipe liderada pelo cirurgião Cláudio Birolini prevê que o ex-presidente permaneça internado pelo menos até o dia 1º de janeiro, passando as festividades de Ano Novo sob observação hospitalar. O cronograma médico inclui uma nova endoscopia digestiva alta entre terça e quarta-feira, além de sessões de fisioterapia e medidas preventivas contra trombose.
A origem dos soluços e a cirurgia de hérnia
Bolsonaro deu entrada na unidade para a retirada de uma hérnia inguinal bilateral, procedimento autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. No entanto, o surgimento dos soluços intensos, que chegaram a impedir o sono do paciente, levantou investigações sobre causas paralelas. Segundo o cirurgião Pedro Bertevello, não há ligação direta entre a hérnia na virilha e os soluços; o quadro pode estar associado a um refluxo gastroesofágico ou a uma hérnia de hiato, que irrita o diafragma.
Monitoramento e riscos do procedimento
Por envolver o músculo da respiração, o bloqueio do nervo frênico exige monitoramento constante da oxigenação e da frequência cardíaca. O risco de paralisia temporária do diafragma é maior em pacientes com histórico de apneia do sono ou tosse crônica, condições já apresentadas pelo ex-presidente. A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, informou nas redes sociais que a cirurgia desta segunda-feira foi concluída com sucesso e que o paciente aguarda no quarto a evolução clínica das próximas 48 horas.


