Bolsonaro depõe na PF nos próximos dias em inquérito sobre atuação de Eduardo nos EUA
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será ouvido na próxima quinta-feira, 5 de junho, pela Polícia Federal em Brasília. O depoimento faz parte de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a conduta de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos.1 A investigação busca apurar se Eduardo estaria agindo para atacar o Supremo e, assim, tentar interferir em processos judiciais que envolvem seu pai.
A solicitação para o depoimento de Bolsonaro partiu do procurador-geral da República, Paulo Gonet, como uma das primeiras medidas ao pedir a abertura da investigação. Em entrevistas anteriores, Bolsonaro afirmou que estaria custeando a estadia do filho no exterior. Em abril, Eduardo Bolsonaro anunciou que se licenciaria do mandato de deputado federal para residir nos EUA.
acusações de Interferência no Judiciário
O depoimento do ex-presidente está marcado para as 15h na Superintendência da Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeita que Eduardo Bolsonaro esteja tentando influenciar o Poder Judiciário em benefício de seu pai. Segundo Gonet, há “evidências” de que o deputado estaria buscando “interferir no andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados”. Vale lembrar que Bolsonaro é réu em uma ação no STF, onde é apontado como líder de uma organização criminosa que teria tentado um golpe de Estado para mantê-lo na Presidência após a derrota nas eleições de 2022.
Sanções dos EUA contra Moraes
A PGR também aponta que Eduardo Bolsonaro estaria articulando a imposição de sanções dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, com o objetivo de “coagir” a Corte.2 Na petição, Gonet cita declarações do deputado à imprensa, nas quais ele mencionou agendas com congressistas americanos e membros da gestão Trump para aplicar medidas contra Moraes, como a proibição de transações financeiras, abertura de contas bancárias e uso de cartão de crédito.
Recentemente, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que há “grande possibilidade” de Moraes ser alvo de sanções, citando uma lei que permite punir estrangeiros por violação de direitos humanos. O deputado republicano Cory Mills alegou a Rubio que Moraes estaria agindo politicamente na perseguição a Bolsonaro, que é considerado um aliado de Donald Trump.
