Bolsonaro deixa PF e é internado em hospital sob forte esquema de segurança
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu entrada no hospital DF Star, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (24), para a realização de um procedimento cirúrgico. A saída da sede da Polícia Federal, onde Bolsonaro cumpre pena, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O deslocamento ocorreu sob forte esquema de segurança, com o ex-presidente deixando a carceragem em uma viatura policial por volta das 9h30, em um trajeto discreto realizado pelas garagens das instituições.
Detalhes do procedimento médico
Além da correção da hérnia, a equipe médica deve realizar um bloqueio do nervo frênico. O procedimento é voltado para solucionar crises de soluços persistentes, uma queixa recorrente de Bolsonaro.
A técnica consiste na aplicação de anestesia local próxima ao nervo que controla o diafragma, geralmente com auxílio de ultrassom, para reduzir a atividade nervosa e interromper as contrações involuntárias.
Regras de custódia e visitas no hospital
Durante o período de internação, que deve durar entre cinco e sete dias, Bolsonaro permanecerá em uma área isolada e sob vigilância ininterrupta da Polícia Federal. As determinações do ministro Alexandre de Moraes estabelecem que pelo menos dois agentes devem permanecer na porta do quarto 24 horas por dia.
Além disso, está terminantemente proibida a entrada de dispositivos eletrônicos, como celulares e computadores, no leito do ex-presidente, permitindo-se apenas o uso de equipamentos médicos necessários ao tratamento.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanhará o marido durante a internação. No entanto, os filhos Flávio e Carlos Bolsonaro tiveram seus pedidos para atuar como acompanhantes negados pelo STF. Caso desejem visitar o pai, os parlamentares precisarão solicitar autorização prévia específica ao ministro relator.
Contexto da prisão e histórico jurídico
Esta é a primeira vez que Jair Bolsonaro deixa a Superintendência da Polícia Federal desde que foi preso preventivamente há 32 dias. A detenção ocorreu após o ex-presidente admitir ter tentado romper sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, o que foi considerado uma violação das medidas cautelares. Pouco tempo depois, a prisão tornou-se definitiva para o cumprimento de uma pena superior a 27 anos de reclusão.
A defesa do ex-presidente chegou a solicitar a conversão da pena em prisão domiciliar devido ao estado de saúde, mas o pedido foi negado por Alexandre de Moraes na última semana. O ministro manteve a decisão de que o tratamento médico fosse realizado em ambiente hospitalar com retorno imediato à unidade prisional após a alta médica.


