Bolsonaro aceita Tarcísio, mas exige Michelle na chapa para disputar o Planalto
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já admite a aliados a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República em 2026. No entanto, ele impõe uma condição crucial: a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) deve ser a vice-presidente na chapa, caso ele permaneça preso durante o período eleitoral.
Para Bolsonaro, a presença de alguém com o sobrenome da família na chapa é essencial para manter a força da direita na corrida presidencial. Ele ressalta que, se estiver em liberdade em agosto de 2026 (início oficial da campanha), a necessidade de Michelle como vice desaparece.
Visita e movimentação política
A sinalização de Bolsonaro ao Centrão sobre a chapa com Michelle é vista como um gesto para incentivar uma articulação mais incisiva por sua soltura. Condenado a 27 anos e três meses no caso da trama golpista, o ex-presidente cumpre prisão domiciliar e aguarda a definição do regime de sua pena, que inicialmente é fechado, mas a defesa deve pleitear o domiciliar devido ao seu estado de saúde.
Tarcísio visitou Bolsonaro em Brasília na última segunda-feira. Após o encontro, o governador negou a intenção de disputar a Presidência, reforçando que é candidato à reeleição em São Paulo.
Apesar da negativa, Tarcísio é visto como o nome mais viável para confrontar Lula e é o preferido do Centrão. Sua candidatura, contudo, é a mais custosa, pois ele teria que abrir mão do governo de São Paulo, diferentemente de outros governadores de direita cotados (Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Ratinho Jr.) que estão em segundo mandato.
O prazo final para a desincompatibilização de chefes do Executivo é o início de abril de 2026. Enquanto isso, aliados de Tarcísio que não são bolsonaristas, como Gilberto Kassab (PSD), defendem que ele se concentre na reeleição e mire a disputa presidencial apenas em 2030, quando Lula não estará mais no páreo.
