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BH aumenta ritmo de novos casos de Coronavírus e chances de ‘2ª onda’ preocupa, diz Fiocruz

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Pesquisa que analisa presença do vírus no esgoto já aponta aumento de infectados. Especialistas temem segunda onda e lembram da importância do uso da máscara.

Passados três meses desde o início da flexibilização gradual do isolamento social em Belo Horizonte, dados divulgados pelos órgãos oficiais revelam um cenário de estabilidade do contágio de Covid-19, com índices de ocupação dos leitos em torno de 30%. Por trás dos números otimistas, a possibilidade de aceleração no ritmo de contágio é real e já preocupa especialistas.

Um deles é Marcelo Gomes, coordenador do sistema Infogripe, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). Segundo ele, o ritmo de queda de novos casos de Covid-19, que se apresentava de forma acelerada, tem perdido a força não só na capital mineira, como em outras regiões do país.

“Belo Horizonte ainda está conseguindo manter tendência de queda. Desde o momento em que passou o pico, na semana 28, estava caindo com uma velocidade bastante forte, até final de julho e começo de agosto. A partir daí diminuiu ritmo de queda. A situação atual é que continua caindo, mas em ritmo mais lento, o que preocupa”, afirmou o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes

A estimativa do pesquisador é de que foram 260 novos casos de infectados por coronavírus na última semana de outubro. O número pode oscilar entre 160 e 400. “Está acima de dez casos por 100 mil habitantes. É considerado um patamar alto”, disse.

A previsão precisa ser feita pela Fiocruz, segundo o especialista, porque há demora para inclusão de dados nos boletins oficiais, o que acaba prejudicando a interpretação da situação de momento do contágio. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a inserção ocorre logo após o resultado do exame RT-PCR, que demora cerca de 3 dias. No caso de óbitos, a média é de 13 dias.

“Por causa da demora dos registros, a gente trabalha com estimativa de casos recentes, que leva em conta tudo que já entrou e padrão de tempo que leva para serem inseridos novos registros. Por isso, tem uma margem”, explicou.

Pesquisa do esgoto registra aumento de contaminados

O aumento do número de contaminados pelo coronavírus já é verificado pela pesquisa que analisa a presença de coronavírus no esgoto. Realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Agência Nacional das Águas (Ana), o estudo apontou que, na última semana de outubro, havia mais de 460 mil infectados em Belo Horizonte.

“Diferente dos boletins oficiais, onde só tem os casos confirmados por diagnóstico, a análise da carga viral do esgoto constata tanto sintomáticos quanto assintomáticos”, disse a coordenadora do estudo, Juliana Calabria.

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