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Aviso da ONU: planeta a caminho de novo recorde de calor em 2025

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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou nesta quarta-feira (6) que o ano de 2025 está a caminho de se consagrar como o segundo ou terceiro mais quente já registrado. Este dado reforça a persistente e extrema tendência de aquecimento observada na última década, segundo o seu mais recente boletim, divulgado dias antes da abertura oficial da COP30 em Belém, no Pará.

O relatório da agência da ONU aponta que indicadores críticos da crise climática atingiram patamares sem precedentes:

As concentrações de gases que retêm calor e o calor absorvido pelos oceanos alcançaram níveis recordes. O aquecimento oceânico, em especial, atingiu o maior nível da história em 2024, superando 2023 em 16 zetajoules.

O recuo e o derretimento continuam em ritmo acelerado. O Ártico, por exemplo, registrou em março de 2025 a menor extensão máxima de gelo marinho da série histórica. No ano hidrológico de 2023/2024, as geleiras tiveram a maior perda média de gelo desde 1950.

O desafio da meta de 1,5 °C

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, enfatizou que a escalada das temperaturas, aliada aos recordes de gases de efeito estufa, indica a “impossibilidade prática” de limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem exceder temporariamente este limite.

“Mas a ciência é igualmente clara: ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5 °C até o final do século”, destacou Saulo.

O limite de 1,5 °C foi estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015 para prevenir os impactos mais severos das mudanças climáticas.

Em discurso na Cúpula dos Líderes da ONU em Belém, o secretário-geral António Guterres corroborou o alerta, afirmando que a superação desse limite a cada ano acarretará “danos irreversíveis” e agravará as desigualdades, exigindo uma “ação imediata, rápida e em larga escala” para reverter o quadro.

Dados alarmantes

O documento da OMM, que serve de base científica para as negociações na COP30, confirma a urgência da crise:

Temperatura Global (jan-ago/2025): A média global ficou 1,42 °C acima do nível pré-industrial, ligeiramente abaixo do recorde de 1,55 °C registrado em 2024. Individualmente, cada um dos últimos 11 anos (2015–2025) se tornará um dos mais quentes desde o início dos registros, há 176 anos.

As concentrações dos três principais gases de efeito estufa (CO₂, CH₄ e N₂O) continuam a quebrar recordes. O dióxido de carbono (CO₂) atingiu 423,9 partes por milhão (ppm) em 2024, o valor mais elevado já observado.

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