Aviso a Moscou: EUA movem bombardeiros para perto da Rússia em meio a sanções
O Comando do Alasca dos Estados Unidos anunciou ter enviado recentemente bombardeiros estratégicos B-1B para águas próximas das ilhas periféricas do Alasca, perto do território russo, em uma clara demonstração de dissuasão contra ameaças marítimas à segurança nacional.
A operação mais recente ocorreu na quinta-feira, 16 de outubro, no Mar de Bering, ao longo da cadeia de ilhas Aleutas, e envolveu o navio de segurança nacional da Guarda Costeira dos EUA, USCGC Kimball, e dois bombardeiros B-1B da Força Aérea dos EUA. Durante a manobra, o navio e a Marinha dos EUA forneceram informações aos bombardeiros, possibilitando a “aquisição de alvos à distância e emprego simulado de armas”. Não foi especificado se os alvos simulados eram navios inimigos.
O bombardeiro B-1B é notável por sua capacidade, carregando a maior carga útil de armas convencionais no inventário da Força Aérea, incluindo o Míssil Anti-Navio de Longo Alcance (LRASM). Um ataque à distância permite que as aeronaves atinjam alvos fora do alcance das defesas inimigas.
Contexto Estratégico e tensão crescente
Esta movimentação militar dos EUA acontece em meio a tensões contínuas com a Rússia, agravadas pela guerra na Ucrânia e pelas novas sanções anunciadas por Washington para pressionar Moscou por um cessar-fogo.
Apesar do conflito na Ucrânia, as forças russas continuam operando no Extremo Oriente, de frente para o Pacífico. Um exemplo disso foi a missão naval conjunta que a Rússia realizou com a China perto das Ilhas Aleutas, na costa do Alasca, em 2023.
O Alasca, que se encontra do outro lado do Estreito de Bering em relação ao Extremo Oriente russo, é considerado um local estratégico vital. O Tenente-General Robert Davis, comandante do Comando do Alasca, enfatizou a importância da região: “Operar no Mar de Bering garante que nossas forças permaneçam prontas para dissuadir e defender contra ameaças em evolução, ao mesmo tempo em que demonstra nosso comprometimento em proteger as abordagens ao norte dos Estados Unidos.”
O Alasca Command realiza regularmente exercícios, inclusive operações conjuntas com as Forças Armadas Canadenses, como a que ocorreu no mês passado, utilizando jatos furtivos F-35 e um navio de guerra canadense para lidar com ameaças emergentes na região.
Além da segurança marítima, as forças armadas dos EUA mantêm uma vigilância rigorosa sobre o espaço aéreo soberano do Alasca, realizando frequentes interceptações de aeronaves russas que se aproximam da região.


