Avaliação do Governo Lula na Câmara atinge pior indice, mostra pesquisa
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta sua pior avaliação na Câmara dos Deputados desde o início do mandato, em janeiro de 2023. É o que revela uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, indicando um cenário desafiador para a articulação política do Executivo.
Dos 203 deputados federais entrevistados, que representam 40% da composição da Casa, 46% classificaram o governo de forma negativa. Apenas 27% deram uma avaliação positiva, o menor percentual já registrado pela Quaest para esta gestão. A margem de erro do levantamento é de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa também aprofundou a percepção sobre a relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. A maioria dos parlamentares (51%) considera que o relacionamento é “ruim” ou “péssimo”, enquanto somente 18% o veem como “bom” ou “ótimo”. Para 30%, a relação é “regular”.
Além disso, o ceticismo prevalece quanto à capacidade do governo de avançar com sua agenda legislativa. 57% dos deputados avaliam como “baixas” ou “muito baixas” as chances de Lula aprovar projetos importantes, contra 36% que veem chances “altas” ou “muito altas”.
A divisão ideológica é um fator determinante na avaliação. Entre os deputados de direita, 86% fazem uma avaliação negativa do governo Lula, enquanto na esquerda, 84% classificam a gestão como positiva. No centro, a avaliação é mais dividida, com 53% considerando-a regular.
A polarização também se reflete na percepção do relacionamento com o Congresso: 76% dos parlamentares de direita consideram a relação ruim ou péssima.
Embora 84% dos deputados tenham sido recebidos por algum ministro, a taxa de atendimento de pedidos é baixa: apenas 43% afirmaram ter tido suas demandas atendidas. Entre os parlamentares de oposição, esse índice cai para 12%, enquanto no grupo governista chega a 77%.
Ainda sobre a atenção do Executivo, 69% dos deputados acreditam que o governo dá menos atenção do que deveria aos parlamentares.
Para 45% dos deputados, a falta de articulação do governo é a principal causa do baixo número de votações importantes no Congresso. Outros 33% atribuem o problema a um impasse sobre a anistia, e 15% culpam a não liberação de emendas.
Metodologia da Pesquisa:
A Genial/Quaest ouviu 203 deputados federais entre junho e julho de 2025. A amostra representa 40% da Câmara e foi distribuída por critérios regionais (Sudeste, Nordeste, Sul, Centro-Oeste/Norte) e ideológicos (esquerda, centro, direita), com base no projeto Brazilian Legislative Surveys. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais, com estimativa feita por técnica de bootstrap com 10 mil sorteios.
