América do Sul planeja construção de bunkers em meio a crescente temor da Terceira Guerra Mundial
Com a escalada de conflitos armados e o crescente temor de uma Terceira Guerra Mundial e até mesmo de um conflito nuclear, impulsionado por ataques a instalações iranianas e o envolvimento de potências atômicas, um empresário argentino vislumbra uma solução inusitada: a construção de um gigantesco bunker em solo argentino para proteger-se de futuras catástrofes.
O idealizador do projeto é Martín Varsavsky, de 64 anos. Nascido em Buenos Aires, Varsavsky emigrou para os Estados Unidos aos 17 anos devido à ditadura militar, onde cursou diversas universidades. Posteriormente, estabeleceu-se em Madri, ganhando notoriedade com a fundação de empresas de telecomunicações como Jazztel e Ya.com.
Um Oásis no Deserto de Mendoza
Diante de sua preocupação com o cenário global, Varsavsky adquiriu recentemente uma vasta área de 32.000 hectares em San Carlos, uma região árida da província de Mendoza, a 75 quilômetros da cidade mais próxima, Pareditas.
O projeto, batizado de Wamani – que na língua aimará significa espírito protetor das montanhas –, ainda tem detalhes técnicos a serem revelados, mas já conta com o serviço de internet via satélite Starlink instalado. Varsavsky considera a localização ideal, não só para seu terreno, mas para a Argentina como um todo, por estar afastada de centros de conflito e manter uma postura de neutralidade em disputas internacionais. “Não é que Wamani seja um refúgio da Terceira Guerra Mundial; toda a Argentina é um refúgio!”, declarou em entrevista ao ElDiarioAr.
O “Visto de Tranquilidade”
Combinando a ideia de um refúgio apocalíptico com a imagem da Argentina como um oásis de paz, e inspirado no “visto dourado” proposto por Donald Trump, Varsavsky concebeu outra inovação: o “visto de tranquilidade”. Este documento, que ele estima custar meio milhão de dólares, permitiria a estrangeiros acesso ao futuro bunker e seria uma fonte de receita significativa para o governo argentino.
O empresário se gaba de seus contatos, afirmando já ter compartilhado suas ideias com figuras como Donald Trump e Elon Musk em viagens de negócios, além do próprio presidente argentino, Javier Milei. “Bill Clinton e Felipe González estão convidados. Pedro? Não, Pedro [Sánchez] não”, brincou Varsavsky em entrevista ao El Mundo.
