Alexandre de Moraes libera cirurgia de Bolsonaro no Natal, mas proíbe visitas e celulares
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu o pedido apresentado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para a realização de uma cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral. De acordo com a determinação, a internação está agendada para o dia 24, com o procedimento cirúrgico previsto para ocorrer no dia seguinte, 25. A decisão baseou-se em um laudo da perícia médica da Polícia Federal, que recomendou a intervenção para tratar uma lesão nervosa decorrente de operações anteriores, apontada como a causa de crises frequentes de soluço.
Para garantir a integridade do custodiado e a ordem pública, Moraes estabeleceu diretrizes rígidas para o período de internação. O deslocamento de Bolsonaro deverá ser coordenado pela Polícia Federal de forma discreta, com desembarque obrigatório pelas garagens do hospital.
A vigilância será ininterrupta, contando com a presença mínima de dois agentes federais na porta do quarto durante as 24 horas do dia. Além disso, a decisão veta terminantemente a entrada de aparelhos eletrônicos, como celulares e computadores, no leito hospitalar, permitindo apenas equipamentos de suporte médico.
Avaliação clínica e natureza do procedimento
Embora o laudo pericial tenha sugerido que a cirurgia ocorresse o quanto antes, a equipe médica da PF classificou a intervenção como de caráter eletivo. Esse entendimento levou o ministro a concluir que não havia uma urgência médica que justificasse medidas excepcionais imediatas, permitindo que a defesa sugerisse a data mais conveniente dentro do cronograma judicial. O objetivo principal do reparo cirúrgico é interromper o desconforto crônico causado pela projeção de tecido abdominal através da parede muscular da virilha, condição que caracteriza a hérnia inguinal.
Histórico penal e justificativa da custódia
Ao autorizar o procedimento, o ministro reforçou que a atual estrutura da Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal oferece plenas condições para o tratamento de saúde do ex-presidente. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado e está sob custódia devido a episódios de descumprimento de medidas cautelares. Moraes destacou que a prisão preventiva se tornou necessária após indícios de planos de fuga e danos deliberados à tornozeleira eletrônica, que teria sido violada com o uso de solda, conforme apontado por perícias técnicas anteriores.


