Alexandre de Moraes e STF são criticados pela The Economist por poder excessivo
A revista britânica The Economist destacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como uma figura controversa que divide opiniões no Brasil. Segundo a publicação, a notoriedade de Moraes reflete o poder excessivo dos ministros da Corte, que frequentemente decidem sobre questões que, em outros países, seriam responsabilidade de representantes eleitos.
A revista também apontou que o STF deveria adotar uma postura mais moderada, apesar de suas ações vigorosas para proteger o Estado de Direito diante de ataques recentes.
O artigo enfatizou que a Constituição brasileira, extensa e complexa, contribui para a sobrecarga de processos no STF, permitindo decisões monocráticas que conferem grande visibilidade aos ministros. Moraes, apelidado de “Xandão” e descrito como “superstar”, ganhou destaque por suas investigações contra Jair Bolsonaro e medidas contra a desinformação online, sendo comparado aos magistrados da Suprema Corte dos Estados Unidos.
Além disso, suas ações para limitar a liberdade de expressão irrestrita nas redes sociais geraram confrontos com figuras como Elon Musk, que o acusou de ser um “ditador tirânico”. A revista relembrou o bloqueio da rede social X em 2024 e o congelamento das contas da Starlink, medidas que atraíram críticas internacionais, incluindo de Washington.
Apesar das controvérsias, The Economist argumenta que Moraes age dentro da legislação brasileira e se define como um “liberal clássico”. O artigo também alerta que, caso Bolsonaro seja condenado, a percepção pública sobre o estilo autoritário de Moraes pode mudar, sugerindo que o julgamento do ex-presidente ocorra no Plenário para evitar a impressão de parcialidade política.
