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Alemanha ordena o envio de tropas para uma área próxima da Rússia após invasão de drones russos na Polônia

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Em uma escalada de tensão após drones russos invadirem o espaço aéreo da Polônia e serem abatidos por caças da OTAN, a aliança militar anunciou nesta quinta-feira (11) o envio de tropas e equipamentos alemães para o leste europeu. A medida tem como objetivo fortalecer a segurança dos países fronteiriços com a Rússia.

A OTAN informou que uma brigada alemã será posicionada de forma permanente na Lituânia, país báltico que faz fronteira com a Polônia e com o exclave russo de Kaliningrado. A brigada, que pode incluir tropas, tanques e artilharia, terá a missão de proteger e monitorar a região contra novas agressões russas.

O tenente-general Alexus Grynkewich, comandante supremo aliado na Europa, classificou a ação como um “passo importante para fortalecer nossa dissuasão e defesa na ala leste da aliança”. Ele também revelou que um drone russo já havia caído em território lituano em agosto, o que eleva o nível de preocupação na região.

Além do reforço em terra, Grynkewich afirmou que o comando aéreo central da OTAN fornecerá ao centro de controle da Lituânia alertas sobre lançamentos aéreos contra a Ucrânia que possam se desviar para o país.

Polônia considera incidente uma provocação

A invasão dos drones no espaço aéreo polonês é considerada um dos episódios mais tensos na relação entre a Rússia e a OTAN. A Polônia, membro da aliança, chegou a invocar o Artigo 4 do tratado, que prevê consultas entre os membros quando a segurança de um deles é ameaçada.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, classificou o evento como uma “provocação deliberada e sem precedentes”. Ele informou que o país enviou caças para abater os drones e fechou parte de seu espaço aéreo. Tusk também levantou uma nova preocupação: a maior parte dos drones vieram de Belarus, aliada da Rússia, e não da Ucrânia, como em incidentes anteriores.

Apesar da escalada, a Rússia se esquivou das acusações. O Kremlin minimizou o incidente e o porta-voz Dmitry Peskov rejeitou as acusações de provocação, afirmando que a União Europeia e a OTAN fazem críticas rotineiras à Rússia.

Diplomatas convocados e investigação em andamento

Em resposta ao incidente, a Holanda e a Espanha convocaram os embaixadores russos em seus países, um gesto diplomático de repúdio que demanda explicações.

Ainda não se sabe se a invasão foi intencional, e as investigações estão em andamento. Grynkewich reconheceu que o ocorrido na Polônia “aumentou compreensivelmente um certo nível de ansiedade na Lituânia também”, e que a OTAN está avaliando seu nível de preparo contra agressões deste tipo.

“O que aconteceu na Polônia, é claro, aumentou compreensivelmente um certo nível de ansiedade na Lituânia também. Cada um de nós na ala leste [do continente europeu] enfrenta algum risco todas as noites”, disse o comandante.

Polônia, Ucrânia e Lituânia divulgaram uma nota conjunta condenando a Rússia pela violação do espaço aéreo. O Ministro da Defesa russo, por sua vez, alegou que os drones tinham como alvo instalações militares na Ucrânia e não a Polônia. Ele ainda se mostrou aberto a consultas com o Ministério da Defesa polonês para esclarecer a situação.

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