Alemanha intensifica esforços para tratamento em massa de feridos em uma possível guerra com a Rússia
A Alemanha emitiu um alerta sério sobre um possível conflito com a Rússia, estimando que cerca de 1.000 soldados alemães poderiam ser feridos diariamente caso Vladimir Putin inicie uma guerra contra a OTAN. A declaração, feita pelo cirurgião-geral alemão Ralf Hoffmann, ocorre em meio a crescentes tensões, apesar de o Kremlin ter negado qualquer intenção de conflito. Incursões recentes de caças e drones russos sobre o espaço aéreo de países como Polônia, Romênia e Estônia aumentaram a preocupação com uma possível escalada.
Aprendendo com o conflito na Ucrânia, a Europa está intensificando seus preparativos militares e médicos. Hoffmann destacou que a natureza da guerra mudou drasticamente, com um aumento de ferimentos por explosão e queimaduras causados por drones, em contraste com os ferimentos tradicionais por arma de fogo. Ele se referiu à área infestada por drones perto da linha de frente como a “zona de matança”, onde a evacuação de feridos é extremamente difícil e lenta.
Para se adaptar a essa nova realidade, os militares alemães estão buscando soluções mais flexíveis para o transporte de feridos, como trens e ônibus-hospital, além de expandir a evacuação aérea. Hoffmann estima que, em caso de guerra, o país precisaria de aproximadamente 15.000 leitos hospitalares para tratar os feridos, que receberiam cuidados iniciais na linha de frente antes de serem transferidos para hospitais civis na Alemanha.
Reação do Kremlin
O alerta alemão surge após a Estônia ter relatado que três jatos MiG-31 russos invadiram seu espaço aéreo. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou a acusação, chamando as alegações da Estônia de “vazias, infundadas e uma continuação de um padrão completamente imprudente de escalada de tensões e provocação de uma atmosfera de confronto”. O Conselho de Segurança da ONU e a OTAN devem discutir o incidente.
