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Afeganistão é sacudido por novo terremoto; vítimas e feridos aumentam enquanto equipes de resgate correm contra o tempo; vídeos

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Um novo terremoto de magnitude 5,2 foi registrado nesta terça-feira, 2 de setembro, no Afeganistão, um país que ainda se recupera de um dos piores desastres de sua história. A notícia chega enquanto equipes de resgate lutam para alcançar sobreviventes e auxiliar as vítimas do forte tremor que atingiu a região leste do país recentemente, causando uma devastação sem precedentes.

Escala de destruição

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, informou que o número de mortos no último grande terremoto ultrapassou 1.400, com mais de 3.500 feridos. Além das vítimas, o tremor destruiu mais de 5.400 casas, agravando a crise de moradia em um dos países mais pobres do mundo. As equipes de resgate enfrentam dificuldades para chegar às áreas remotas, onde muitas pessoas ainda estão presas sob os escombros, segundo a Sociedade do Crescente Vermelho Afegão. O terremoto anterior, de magnitude 6,0, atingiu uma área montanhosa na fronteira com o Paquistão. O epicentro foi a apenas 27 quilômetros da cidade de Jalalabad, a uma profundidade rasa de 8 quilômetros, o que potencializou os danos.

Desafios no resgate e ajuda humanitária

O acesso às áreas afetadas é o principal obstáculo para as equipes de resgate. Deslizamentos de terra e quedas de rochas, causados pelo tremor, bloquearam estradas e dificultaram a chegada de ajuda. Helicópteros estão sendo usados para transportar os feridos em um esforço para acelerar o socorro.

A situação é ainda mais complexa devido à falta de reconhecimento internacional do governo do Talibã, que voltou ao poder em 2021. Embora o grupo tenha solicitado ajuda internacional, a maioria dos países hesita em fornecer assistência diretamente ao regime. O Inspetor-Geral Especial dos EUA para a Reconstrução do Afeganistão expressou preocupação de que o Talibã possa desviar a ajuda, uma acusação que o grupo nega.

Apesar da incerteza, alguns países, como a China e o Reino Unido, ofereceram apoio financeiro e humanitário. No entanto, os EUA, que historicamente foram os maiores doadores de ajuda humanitária ao Afeganistão, ainda não se manifestaram sobre o desastre. A falta de fundos globais já resultou no fechamento de mais de 420 unidades de saúde em todo o país, sobrecarregando as poucas instalações restantes.

A localização geográfica do Afeganistão, em uma zona de falha entre as placas tectônicas indiana e eurasiana, o torna especialmente vulnerável a terremotos. A maioria das mortes foi registrada na província de Kunar, onde a população vive em casas frágeis, construídas com tijolos de barro e madeira. O tremor ocorreu durante a noite, quando as famílias dormiam, resultando no desabamento de telhados sobre as vítimas.

O país já enfrenta múltiplas crises, incluindo quatro anos de seca e o retorno de mais de 2 milhões de afegãos do Irã e do Paquistão. A coordenadora das Nações Unidas no Afeganistão, Indrika Ratwatte, alertou que “não podemos nos dar ao luxo de esquecer o povo do Afeganistão, que está enfrentando múltiplas crises” e cuja “resiliência está saturada”.

Este é o terceiro grande terremoto a atingir o país desde a retirada das tropas americanas, evidenciando a crescente necessidade de resiliência e apoio internacional para que o Afeganistão possa se recuperar desses eventos catastróficos.

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