Advogados de Bolsonaro e outros são convocados para depor em investigação de suposta obstrução de justiça
A Polícia Federal (PF) está colhendo depoimentos importantes nesta terça-feira, 1º de julho, em uma investigação que apura uma possível tentativa de obstrução de justiça. Entre os que depõem, estão Paulo Amador da Cunha Bueno, advogado que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro na investigação sobre a trama golpista, e Fábio Wajngarten, ex-assessor de Bolsonaro.
Os depoimentos foram solicitados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e estão agendados para as 15h, em Brasília e São Paulo.3
O que está sendo investigado?
A investigação em questão busca esclarecer se o advogado Eduardo Kuntz, que representa o coronel Marcelo Câmara, tentou fazer contato com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, enquanto Cid estava em processo de delação premiada.4
Além de Cunha Bueno e Wajngarten, Kuntz e o coronel Marcelo Câmara também serão ouvidos pela PF.5 Em declaração ao jornal Estadão, Eduardo Kuntz afirmou estar “seguro e confiante” e se mostrou disposto a “esclarecer qualquer questão que possa contribuir com as investigações”.
Troca de mensagens e acusações
Eduardo Kuntz entregou ao STF mensagens que, segundo ele, foram trocadas com Mauro Cid por meio de um perfil no Instagram identificado como “@gabrielar702”, que seria administrado por Cid. Com base nesses diálogos, o advogado pediu a anulação do acordo de colaboração de Cid.
Em sua defesa no STF, Mauro Cid alegou que sua família foi procurada não apenas por Eduardo Kuntz, mas também por Paulo Amador da Cunha Bueno e Fábio Wajngarten.6 As tentativas de contato, segundo a defesa de Cid, teriam ocorrido por meio da esposa, da mãe e até da filha menor de idade em eventos na Hípica de São Paulo.
Ao determinar os depoimentos em 25 de junho, o ministro Alexandre de Moraes destacou que as “condutas narradas à autoridade policial indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação”.7
Além dos depoimentos, Moraes também determinou que a PF deve entregar, em até 10 dias, o laudo da extração e categorização dos dados do telefone celular apreendido na investigação.
