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A ameaça invisível da IA que pode deixar milhões de desempregados até 2030

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A disseminação da inteligência artificial pode desferir um duro golpe no mercado de trabalho global e levar a demissões em massa em empresas globais, alerta o ‘Relatório sobre o Futuro do Emprego 2025’ do Fórum Econômico Mundial (WEF), publicado na quarta-feira.

O estudo, que entrevistou mais de 1.000 empresas em todo o mundo, descobriu que 41% planeiam reduzir a sua força de trabalho até 2030, em resposta às crescentes capacidades da IA.

Além disso, 77% das empresas estão a preparar-se para «requalificar» e melhorar as competências do seu pessoal existente entre 2025 e 2030, para melhorar a colaboração homem-máquina.

O relatório prevê que serão criados 170 milhões de novos empregos até ao final da década, enquanto 92 milhões de empregos serão substituídos. Ainda assim, essa tendência traduzir-se-á num aumento líquido de 78 milhões de empregos.

O Fórum Económico Mundial observou que as competências em interação com inteligência artificial, big data e segurança cibernética deverão ser muito procuradas.

“Tendências como a IA generativa e as rápidas mudanças tecnológicas estão a revolucionar as indústrias e os mercados de trabalho, criando oportunidades sem precedentes e riscos profundos”, disse Till Leopold, Chefe de Trabalho, Salários e Criação de Emprego no FEM.

Os mais afetados

O relatório também identificou categorias profissionais que enfrentarão o maior declínio em números devido à IA e outras tendências tecnológicas. Eles incluem funcionários de serviços, secretárias executivas, funcionários de folha de pagamento e designers gráficos.

“A presença de designers gráficos e secretários jurídicos, fora do top 10 de empregos com maior declínio, uma previsão sem precedentes não vista nas edições anteriores do Future of Jobs Report, pode ilustrar a capacidade crescente da GenAI [inteligência artificial generativa] para realizar trabalho de conhecimento”, diz o relatório.

O relatório destacou que o impacto da IA ​​vai além da substituição de empregos, destacando o potencial da tecnologia para aumentar a produção humana, em vez de substituí-la totalmente.

O Fórum Económico Mundial concluiu que as “competências centradas no ser humano”, como o pensamento criativo, a resiliência, a flexibilidade e a agilidade, continuarão a ser críticas.

Entretanto, figuras de destaque e cientistas expressaram preocupação nos últimos anos sobre os perigos potenciais representados pela IA. No ano passado, Paul Graham, cientista da computação e ensaísta, alertou que o uso da IA ​​acabará dividindo o mundo “entre aqueles que pensam e aqueles que não pensam”.

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