Oposição abre mão do recesso para protocolar novo impeachment de Alexandre de Moraes antes do Réveillon
Parlamentares da ala oposicionista decidiram suspender o descanso legislativo para uma ofensiva política antes da virada do ano. Na próxima segunda-feira (29), deputados e senadores devem protocolar formalmente uma nova denúncia por crime de responsabilidade contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O movimento ocorre em meio às recentes controvérsias envolvendo uma reunião entre o magistrado e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O foco do questionamento é a suposta interlocução de Moraes sobre o Caso do Banco Master durante o encontro.
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Negativa sobre influência no Banco Central
Diante das acusações, o ministro Alexandre de Moraes refutou categoricamente qualquer irregularidade. Em nota, o magistrado negou que sua esposa tenha exercido qualquer tipo de atuação ou lobby na operação de aquisição Master-BRB junto à autoridade monetária. Além disso, Moraes rechaçou a tese de que o Caso Banco Master tenha sido pauta de suas conversas com Galípolo, buscando desvincular sua imagem de qualquer interferência direta nos processos administrativos do Banco Central.
O fator Toffoli e o cenário no STF
Apesar da ofensiva contra Moraes, outros membros da Corte permanecem fora do alvo imediato da oposição. É o caso do ministro Dias Toffoli, que teve seu nome citado em virtude de uma viagem realizada ao Peru, para a final da Copa Libertadores, em companhia de Augusto Botelho — advogado vinculado a um diretor do Banco Master. Por ora, não há articulação para um pedido de impeachment contra Toffoli, embora o episódio contribua para o clima de tensão que envolve os magistrados.
Impacto político e a base bolsonarista
A nova crise institucional serve como combustível estratégico para a base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para esses parlamentares, qualquer fato que exponha o STF a um desgaste público reforça a principal narrativa do grupo: o combate ao que classificam como “excessos” do Poder Judiciário. O protocolo do pedido de impeachment, mesmo com chances incertas de avanço no Senado, consolida a postura de enfrentamento direto à Suprema Corte como pauta central da oposição para o próximo ano.


