Objeto interestelar 31/ATLAS vindo do espaço profundo passa pela Terra hoje; veja como observar

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Nesta sexta-feira, 19 de dezembro, o sistema solar testemunha um evento astronômico excepcional com a aproximação máxima do cometa interestelar 3I/ATLAS em relação à Terra. Identificado inicialmente em julho pelos telescópios do projeto ATLAS no Chile, este corpo celeste representa um marco científico, sendo apenas o terceiro objeto vindo de fora do nosso sistema solar já confirmado, seguindo os passos dos conhecidos ‘Oumuamua e Borisov.

Diferente da maioria dos cometas que habitam as regiões periféricas do nosso Sol, o 3I/ATLAS é um viajante galáctico que está apenas de passagem e, após cruzar nossa vizinhança, retornará definitivamente ao espaço profundo.

Apesar do entusiasmo gerado pela sua trajetória, a Agência Espacial Europeia (ESA) garante que o cometa manterá uma distância segura, passando a aproximadamente 270 milhões de quilômetros de nós, o que equivale a quase o dobro do espaço entre a Terra e o Sol. Embora não apresente qualquer risco de colisão, sua proximidade é suficiente para que astrônomos utilizem instrumentos de alta precisão para analisar os gases e a poeira liberados por seu núcleo gelado. Esse estudo funciona como uma janela para o passado e para o exterior, permitindo que os cientistas compreendam como a matéria planetária se comporta e se organiza em torno de estrelas distantes.

Monitoramento global e tecnologia de observação

Nas últimas semanas, o cometa tem sido o foco principal de grandes agências espaciais. Recentemente, imagens detalhadas capturadas pelo Telescópio Hubble e pela sonda JUICE revelaram a silhueta deste viajante enquanto ele se aquece ao cruzar o sistema solar interno. Para os entusiastas da astronomia, a tecnologia moderna facilitou o rastreio do objeto. Através de telescópios inteligentes e sistemas motorizados “GoTo”, é possível localizar o cometa na constelação de Leão, utilizando aplicativos integrados que automatizam a busca por este alvo de brilho sutil, que viaja a impressionantes 209.000 quilômetros por hora.

A natureza de uma “bola de neve cósmica”

Cientificamente, o 3I/ATLAS é descrito como uma aglomeração de gelo, gases congelados e poeira, com dimensões estimadas entre 320 metros e pouco mais de 5 quilômetros de diâmetro. O que o torna um caso à parte é sua origem exótica; enquanto os cometas comuns nascem no Cinturão de Kuiper ou na Nuvem de Oort, o 3I/ATLAS é composto por material de outro sistema estelar, oferecendo uma amostra física rara de uma química alienígena — embora, como reforçam os especialistas, sua origem seja puramente natural e não vinculada a fenômenos artificiais ou biológicos.

Guia para observação no céu noturno

O momento exato da maior aproximação ocorre nas primeiras horas desta sexta-feira, mas o cometa permanecerá rastreável pelos próximos meses, ainda que seu brilho tenda a diminuir gradualmente. Ele não pode ser visto a olho nu ou com binóculos simples, exigindo o suporte de telescópios de médio ou grande porte.

Atualmente posicionado próximo à estrela Regulus, na constelação de Leão, sua visibilidade depende da localização geográfica do observador; em muitas regiões, o melhor horário para visualização ocorre durante a madrugada, quando o cometa atinge uma posição mais elevada no horizonte, longe da interferência atmosférica mais densa.

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