Alemanha envia caças e centenas de soldados para fronteira russa após drones ameaçarem a Polônia
A Alemanha reforçou a defesa do espaço aéreo da Polônia, país membro da OTAN, enviando caças Eurofighter e cerca de 150 militares para a base de Malbork. A mobilização, anunciada pela Força Aérea Alemã, é uma resposta direta às recentes incursões de drones russos no espaço aéreo polonês.
A decisão de enviar o contingente alemão é vista como uma medida para prevenir a repetição de um incidente crítico ocorrido em meados de setembro. Na ocasião, vários ativos da OTAN, incluindo caças F-16 poloneses, F-35 holandeses, um avião de vigilância AWACS italiano e aeronaves de reabastecimento, foram acionados para interceptar e abater drones que cruzaram a fronteira aérea da Polônia.
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O engajamento marcou o primeiro relato de um membro da aliança militar ocidental disparando tiros em uma operação de combate durante o período da guerra da Rússia na Ucrânia. Apesar das evidências, Moscou negou qualquer responsabilidade pelo incidente com os drones.
Localização estratégica e duração da missão
Os Eurofighters alemães estão operando sob a missão da OTAN conhecida como Eastern Sentry. Eles permanecerão na base de Malbork, que fica a aproximadamente 60 quilômetros de Gdansk e a apenas 80 quilômetros do enclave russo altamente militarizado de Kaliningrado.
O destacamento está programado para durar até março de 2026, conforme informações da Luftwaffe (Força Aérea Alemã). O chefe da Força Aérea Alemã, Holger Neumann, enfatizou a importância do movimento: “Com esta missão, estamos enviando mais uma forte mensagem de apoio ao nosso vizinho, a Polônia, e à OTAN como um todo.”
Além da Polônia, a Alemanha também mobilizou caças Eurofighter para a Romênia, parte dos esforços mais amplos da OTAN para fortalecer seu flanco oriental diante da escalada das tensões com a Rússia.
Reações russas à posição ocidental
O aumento da presença militar da OTAN ocorre em um contexto de intensa retórica entre a Rússia e o Ocidente. Recentemente, Moscou condenou duramente declarações feitas pelo CEO da Airbus, René Obermann. Obermann sugeriu que a Europa deveria considerar a aquisição de armas nucleares táticas para criar uma “enorme sinal de dissuasão” contra a nação euroasiática.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou as palavras de Obermann como uma “perda de moderação e prudência”. Peskov afirmou que se torna “óbvio” que um número crescente de europeus “estão perdendo a moderação e a prudência em suas abordagens”, o que os leva a fazer “declarações provocativas e pedir medidas adicionais que intensificam e agravam as tensões”.


