Trump alerta sobre bombardeios terrestres na América Latina começarão logo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira (2) que ataques militares terrestres contra alvos ligados ao narcotráfico na América Latina começarão “muito em breve”. A declaração, feita em uma reunião de gabinete, intensifica as ameaças de intervenção militar direta no Caribe.
Trump afirmou que qualquer país que trafique drogas para o território norte-americano pode ser alvo. Ele defendeu que os ataques terrestres, que considerou “muito mais fáceis” que os marítimos, são necessários para eliminar barcos e rotas do narcotráfico que, segundo ele, foram responsáveis por matar mais de 200 mil pessoas nos EUA no ano passado.
Ele citou a Venezuela como um alvo “muito ruim, provavelmente pior que a maioria”, e também acusou a Colômbia de manter fábricas de cocaína e incentivar a “produção massiva” de entorpecentes, chamando o presidente colombiano, Gustavo Petro, de “traficante de drogas ilegal” em uma ocasião anterior.
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Ameaça direta à Venezuela
Embora Trump não tenha citado explicitamente a Venezuela em alguns momentos da fala, a ameaça de ataques terrestres ocorre em meio à crescente escalada militar contra o regime de Nicolás Maduro, a quem Trump acusou de chefiar o Cartel de Los Soles. Desde setembro, a ofensiva marítima dos EUA, que antecede os ataques terrestres prometidos, resultou em mais de 80 mortes e teve como principal origem a Venezuela.
Segundo o jornal “The Wall Street Journal”, o governo Trump já avaliou bombardear alvos militares dentro da Venezuela, como portos e aeroportos, caso a ordem fosse dada.
Reações e contexto do Narcotráfico
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tem acusado os EUA de usarem o tráfico de drogas como pretexto para tentar derrubá-lo, fazendo apelos públicos e privados contra uma intervenção.
Já o presidente colombiano, Gustavo Petro, usou uma rede social para rebater Trump, convidando-o a visitar a Colômbia para testemunhar a destruição diária de laboratórios de cocaína.
Apesar do foco na Venezuela e Colômbia, o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 da ONU indica que a maior parte da cocaína que chega aos EUA vem de Colômbia, Peru e Bolívia, enquanto o fentanil – responsável pela maioria das overdoses – vem principalmente do México.
Acompanhado do Secretário de Guerra, Pete Hegseth, Trump defendeu os ataques marítimos, que estariam “salvando milhares de americanos”. Hegseth garantiu que os americanos estão mais seguros porque os traficantes “serão mortos se tentarem trazer drogas aos EUA”, reforçando: “Vamos eliminar essa ameaça, por mar ou terra, se necessário”.


