A graça de Deus nos Leva à maturidade

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O ensinamento subjacente de Romanos 6:1 é que, para aqueles unidos a Cristo, tendo morrido para o pecado pela fé, simbolizado pelo batismo na morte de Cristo, continuarem a viver em pecado contradiz sua nova identidade como pessoas vivas para Deus. O pecado não tem mais domínio sobre eles.

A graça é para vencer o pecado, não para encorajá-lo. O versículo serve para enfatizar a responsabilidade moral cristã à luz da salvação e da graça, rejeitando qualquer noção de que o pecado pode ser deliberadamente continuado para aumentar a graça.

Somos salvos pela graça (Efésios 2:8). Quando depositamos nossa fé em Jesus Cristo, todos os nossos pecados são perdoados e temos a garantia da vida eterna no céu. A salvação é o dom da graça de Deus.

Isso significa que um cristão pode viver como quiser e ainda ser salvo? Sim. Mas um verdadeiro cristão não viverá “como quiser.” Um cristão tem um novo Mestre e não serve mais a si mesmo. Um cristão crescerá espiritualmente, progressivamente, na nova vida que Deus lhe deu. A graça não é licença para pecar.

O pecado intencional e impenitente na vida de uma pessoa zomba da graça e põe em dúvida a salvação dessa pessoa (1 João 3:6). Sim, há momentos de fracasso e rebelião na vida de um cristão. E, não, a perfeição sem pecado não é possível deste lado da glória. Os cristãos devem viver em gratidão pela graça de Deus, não tirar proveito da graça de Deus.

Efésios 4:13 diz que os dons espirituais são dados para a edificação do corpo de Cristo “até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.”

Algumas traduções dizem que nos tornaremos “perfeitos” (em vez de “maduros”), e a partir disso algumas pessoas erroneamente pensaram que podemos alcançar a perfeição sem pecado nesta vida. A Bíblia ensina que, enquanto estivermos na carne, sempre lutaremos contra uma natureza pecaminosa (ver Romanos 7:14-24). Ninguém será “perfeito” (sem pecado) até chegarmos ao céu.

A palavra traduzida como “maduro” em Efésios 4:13 é usada em todo o Novo Testamento para significar “perfeito”, “completo”, “pleno crescimento” e “maduro”. O que Efésios 4:13 ensina é que, quanto mais crescermos em Cristo, mais fortes e unidos seremos como igreja. O versículo não ensina que pararemos de pecar.

Outra passagem que às vezes confunde as pessoas é Colossenses 1:28, que diz, em algumas traduções, que Paulo deseja “apresentar todo homem perfeito em Cristo Jesus.” Além disso, em Colossenses 4:12, Paulo ora para que “permaneçamos perfeitos e completos em toda a vontade de Deus.” Em ambos os versículos, a palavra grega para perfeito deve ser entendida como “maduro” ou “pleno”, não “SEM pecado.”

Como seres humanos, estamos sujeitos à natureza de Adão neste mundo. Não importa o quanto tentemos evitar isso, ainda pecaremos contra Deus. Isso vale para todos. O apóstolo Paulo repreendeu Pedro por demonstrar favoritismo (Gálatas 2:11-13). Mais tarde, em seu ministério, Paulo se autodenomina o principal dos pecadores (1 Timóteo 1:15). Pedro, Tiago, João e Paulo admitiram que eram imperfeitos. Como você ou eu poderíamos afirmar algo diferente?

A verdadeira perfeição não virá até o arrebatamento da igreja, quando ressuscitaremos para encontrar Jesus nos ares (1 Tessalonicenses 4:17). Naquele tempo, os mortos em Cristo serão ressuscitados e os corpos dos vivos serão transformados (Filipenses 3:20, 21; 1 Coríntios 15:54).

Estaremos diante do Tribunal de Cristo (2 Coríntios 5:10), onde nossas obras serão julgadas e recompensas serão dadas (1 Coríntios 3:9-15). Nossa redenção será completa e nosso pecado será perdoado para sempre. Viveremos e reinaremos com Cristo em perfeição, sem pecado para sempre.

Aqui estão várias passagens relacionadas do Novo Testamento sobre graça e pecado:

Romanos 5:20-21 destaca que onde o pecado abundou, superabundou a graça, de modo que a graça reina pela justiça, conduzindo à vida eterna por meio de Jesus Cristo.

Romanos 6:12-14 instrui os crentes a não deixarem o pecado reinar em seus corpos mortais nem obedecerem aos seus desejos, pois estão sob a graça, não sob a lei; portanto, o pecado não terá domínio sobre eles.

1 João 2:1 encoraja os crentes a não pecarem, mas, se alguém pecar, Jesus Cristo é seu advogado junto ao Pai.

Hebreus 4:15-16 mostra Jesus como o sumo sacerdote que foi tentado, mas sem pecado, permitindo que os crentes se aproximassem com confiança do trono da graça de Deus para encontrar ajuda.

João 1:16-17 contrasta a lei dada por meio de Moisés com a graça e a verdade que vêm por meio de Jesus Cristo.

1 João 1:9 promete perdão e purificação do pecado quando confessado.

2 Coríntios 12:9 enfatiza que a graça de Deus é suficiente, e o seu poder se aperfeiçoa na fraqueza.

Tito 2:11 fala da graça de Deus que se manifesta para trazer salvação a todas as pessoas.

Juntas, essas passagens ensinam que a graça não é apenas o favor imerecido de Deus que perdoa pecados, mas também capacita os crentes a vencer o pecado, viver vidas santas e se aproximar de Deus com confiança, sabendo que têm um advogado em Jesus Cristo.

Em resumo, Romanos 6:1 desafia a concepção errônea de que o evangelho incentiva o pecado ao oferecer graça, em vez de exortar os crentes a viverem vidas transformadas, livres do controle do pecado, devido à sua união com a morte e ressurreição de Cristo. Romanos 6:23 afirma que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna pela graça em Cristo Jesus.

Lembre-se de que Deus nos salva por Sua graça, e então precisamos “crescer na graça” (2 Pedro 3:18). Podemos fazer isso porque “O Deus de toda a graça, os chamou para a Sua glória eterna em Cristo Jesus” (1 Pedro 5:10).

Salete Sartori colunista do Devocional do dia

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