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França implementa serviço militar voluntário em resposta à Rússia

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O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a reintrodução de um serviço militar voluntário de 10 meses, direcionado principalmente a jovens de 18 e 19 anos, como resposta às crescentes “ameaças globais”, especialmente a postura agressiva da Rússia na Europa. A medida, que marca um passo para a “mobilização” nacional, entrará em vigor em meados de 2026.

Em discurso, Macron enfatizou que a França não voltará ao serviço militar obrigatório, abolido em 1997, mas que o novo modelo é um esforço significativo e necessário, com um custo de 2 mil milhões de euros. Ele descreveu o novo serviço como um “modelo híbrido” que combina jovens do serviço nacional, reservistas e o exército ativo, correspondendo aos riscos atuais.

A iniciativa visa alinhar a França a outros aliados europeus, como Alemanha e Dinamarca, que também reforçam suas defesas em função da instabilidade geopolítica e das preocupações com as garantias de segurança dos EUA. A intenção é não só aumentar o número de recrutas, mas também formar uma grande reserva de potenciais reservistas.

O serviço de 10 meses será voluntário e aberto a homens e mulheres, principalmente entre 18 e 19 anos. Os participantes receberão um pagamento mínimo de 800 euros por mês, além de alimentação, alojamento e um desconto de 75% em viagens de trem. O serviço será cumprido apenas em território nacional.

As Forças Armadas Francesas, que hoje contam com 200 mil militares e 47 mil reservistas, têm metas ambiciosas com o novo plano:

  • 2026: Recrutar 3.000 voluntários.
  • 2030: Aumentar o número para 10.000 voluntários.
  • 2036: Chegar a 50.000 jovens, “dependendo da evolução das ameaças”.

Após o serviço, os participantes poderão ingressar na vida civil, tornar-se reservistas ou seguir carreira militar.

🗣️ Repercussão e esclarecimento político

O anúncio de Macron surge em um contexto de debate acalorado após comentários controversos do general Fabien Mandon, chefe das Forças Armadas, que alertou sobre a necessidade de a França se preparar para aceitar “sofrimento” e “a perda de seus filhos” em um eventual confronto com a Rússia.

Macron tentou imediatamente acalmar a opinião pública, declarando que o governo não tem a intenção de “enviar nossos jovens para a Ucrânia”.

A medida recebeu críticas da esquerda (La France Insoumise), que argumenta que a França não está em guerra e que a prioridade para os jovens deveria ser outra, mas foi bem recebida pela extrema-direita (Reunião Nacional), que a vê como um passo na direção certa. O gabinete de Macron, por sua vez, afirma que há um alto apoio às Forças Armadas entre os jovens franceses.

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