Alcolumbre e Motta ausentes na cerimônia do IR: crise com governo Lula se intensifica
Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), optaram por não comparecer à cerimônia de sanção do projeto que aumenta a isenção do Imposto de Renda (IR) para até R$ 5 mil, realizada no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (26). Essas ausências destacam um momento de visível desgaste nas relações políticas entre os Poderes em Brasília. Embora Motta tenha usado suas redes sociais para celebrar a sanção do projeto e exaltar a “união dos Poderes”, Alcolumbre não se manifestou.
Hugo Motta acumulou diversos atritos recentes com o Governo Federal. O presidente da Câmara atuou ativamente para rejeitar a proposta do Planalto de aumentar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, Motta demonstrou resistência em dialogar com o líder do governo no Congresso, Lindbergh Farias. Outro ponto de tensão foi durante a votação do Projeto Antifacção, no qual Motta nomeou como relator o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), um adversário político do governo. Derrite modificou o projeto cinco vezes, expondo as dificuldades nas negociações do Executivo com o Legislativo.
Rusgas de Davi Alcolumbre
O atrito de Davi Alcolumbre com o presidente Lula se concentra na indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF). Lula escolheu o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso. Alcolumbre, no entanto, defendia a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Demonstrando sua insatisfação, Alcolumbre agendou a sabatina de Messias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para o dia 10 de dezembro, estabelecendo um prazo curto para o indicado se apresentar aos senadores.
Isenção do IR sancionada
Apesar do clima tenso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a medida no Palácio do Planalto. A elevação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000 era uma promessa central de campanha de Lula e é vista como uma das principais apostas do petista visando as eleições de 2026. A nova regra também prevê um desconto no imposto para aqueles que recebem entre R$ 5.000 e R$ 7.350 mensais.


