Oposição se une e promete barrar indicação de Messias ao STF, afirma Rogério Marinho
A indicação de Jorge Messias, atual Advogado-Geral da União (AGU), para ocupar a vaga do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) enfrenta resistência declarada no Senado Federal. Nesta segunda-feira (24), o líder da Oposição na Casa, senador Rogério Marinho (PL-RN), confirmou publicamente que seu grupo de parlamentares votará contra o nome proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A motivação principal para o voto contrário, segundo Marinho, reside na estreita relação pessoal e profissional entre o indicado e o presidente da República. O senador destacou a reprovação da oposição ao fato de Lula ter escolhido um de seus “advogados” e “amigos” para a Suprema Corte. “Nós somos contra o fato de que o presidente da República indique um advogado seu, um amigo seu. Queremos que a coerência do presidente Lula seja preservada”, afirmou o líder do PL.
A contagem de votos e o desafio da sabatina
A oposição, que congrega partidos tradicionalmente alinhados como PL, PP e Republicanos, estima contar com cerca de 27 senadores em seu bloco. Embora o número possa oscilar a depender da pauta, o grupo pretende se mobilizar para dificultar a aprovação de Messias.
Para ter sua nomeação validada, o Advogado-Geral da União precisa não apenas ser aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas também obter o apoio de, no mínimo, 41 dos 81 senadores em votação secreta no plenário. A data para a sabatina e a votação final ainda não foram definidas.
Reação de Alcolumbre aumenta a tensão política
Enquanto a oposição declarava seu voto, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que publicamente defendia o nome do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, para a vaga no STF, adotou uma postura cautelosa. Alcolumbre afirmou que colocará a indicação de Messias para análise “no tempo oportuno”, garantindo que “cada senador e cada senadora possa apreciar devidamente a indicação e manifestar livremente seu voto”.
No entanto, o movimento subsequente de Alcolumbre foi amplamente interpretado como uma reação direta e retaliatória à escolha de Lula. O presidente do Senado colocou em pauta para esta terça-feira (25) um Projeto de Lei Complementar (PLP) que regulamenta a aposentadoria especial de Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias. A possível aprovação da medida é vista como um revés ao governo, pois causaria um aumento expressivo nos gastos públicos.


