Cientistas detectam sinais estranhos do cometa 3I/ATLAS que desafiam o conhecimento atual
O objeto interestelar 3I/ATLAS está intrigando astrônomos devido à sua atividade incomum e um conjunto de jatos de gás e poeira extraordinariamente extensos. Segundo o astrônomo Avi Loeb, da Universidade de Harvard, as características do objeto sugerem algo além de um cometa convencional.
Imagens reveladoras e dimensões surpreendentes
Uma imagem divulgada por astrônomos britânicos mostra dois jatos projetados em direção ao Sol, chamados de “anticaudas”, que alcançam impressionantes um milhão de quilômetros de comprimento.
Um terceiro jato, apontando para longe do Sol, é visível com cerca de três milhões de quilômetros de extensão.
Na época do registro, o 3I/ATLAS estava a aproximadamente 326 milhões de quilômetros da Terra. Loeb calcula que, para um cometa natural com gases expelidos a 0,4 km/s, o jato mais longo teria que ter se mantido ativo por três meses e os jatos da cauda por cerca de um mês.
A densidade de massa estimada dos jatos anticauda é cerca de um milhão de vezes superior à do vento solar, resultando em uma perda de massa de quase 50 bilhões de toneladas por mês.

Considerando a massa estimada do objeto em 33 bilhões de toneladas e uma densidade típica, seu diâmetro deve ser superior a 5 quilômetros. Loeb observa que, “se for um cometa natural e a maior parte de seu núcleo tiver sobrevivido ao periélio [ponto de maior aproximação do Sol], então o diâmetro de 3I/ATLAS deve ser de 10 quilômetros ou mais”.

Natural ou tecnológico? as anomalias
O tamanho colossal é a primeira anomalia: um objeto com mais de 10 km de diâmetro se aproximaria da Terra apenas uma vez a cada 10.000 anos, ou até com menos frequência. Loeb aponta que a probabilidade dessa anomalia ocorrer é inferior a 0,1% se o material rochoso se aglomerasse em corpos tão grandes.
O cientista também ressaltou que o tamanho, a trajetória retrógrada e o alinhamento inesperado com o plano da eclíptica tornam extremamente improvável que o 3I/ATLAS seja um cometa interestelar comum.
Loeb levanta a hipótese de uma origem tecnológica. Enquanto cometas naturais liberam gases lentamente pela influência solar, um sistema de propulsão avançado operaria de forma diferente:
- Foguetes químicos: Expelem material a 3 a 5 km/s.
- Propulsores iônicos: Podem ultrapassar 50 km/s.
- Poderiam atingir velocidades ainda maiores.
Velocidades mais altas exigem muito menos material para gerar o mesmo impulso, o que reduziria drasticamente o consumo de combustível.
Próximos passos: O ponto de maior aproximação
O 3I/ATLAS atingirá seu ponto mais próximo da Terra em 19 de dezembro. Este evento crucial permitirá observações espectroscópicas para determinar sua velocidade, fluxo de massa e composição do jato.
Esses dados serão essenciais para determinar se o objeto é de origem natural ou artificial, concluindo o debate sobre sua verdadeira natureza.


