Rússia se diz pronta para atender a pedidos militares urgentes da Venezuela em meio à escalada de tensões no Caribe
A Rússia declarou, por meio de sua porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, que está pronta para atender às solicitações militares urgentes da Venezuela, feitas em meio ao que o presidente Nicolás Maduro descreve como uma ameaça crescente e iminente da administração Trump. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa na sexta-feira (data não especificada na busca).
O Pedido de Caracas e a Resposta de Moscou:
Moscou confirmou que está analisando o pedido de apoio crucial de Caracas, que inclui o reparo de caças Sukhoi Su-30MK2 de fabricação russa, a atualização de sistemas de radar e o fornecimento de mísseis.
Documentos internos do governo dos EUA revelados pelo The Washington Post indicam que Maduro busca assistência para reforçar o que ele considera “o mais importante instrumento de dissuasão” de seu governo. O pedido teria sido feito em meados de outubro por Ramón Celestino Velásquez, Ministro dos Transportes.
Zakharova afirmou que a Rússia está pronta para “responder adequadamente às solicitações”, agindo em conformidade com acordos bilaterais de cooperação técnico-militar, e pediu a todas as partes que evitem ações que agravem a situação.
Um desenvolvimento notável é a sugestão de Alexei Zhuravlyov, vice-presidente da comissão parlamentar de defesa russa, de que Moscou poderia fornecer à Venezuela o novo sistema de mísseis Oreshnik (mísseis hipersônicos), sem ver “nenhum obstáculo” para o envio.
Contexto de Tensão e aprofundamento de Laços:
Essa movimentação ocorre em um cenário de crescente atividade militar dos EUA no Caribe, que, sob a justificativa de combater o narcotráfico (designado pelo presidente Donald Trump como “combatentes ilegais”), enviou navios de guerra, caças e tropas, resultando em ataques recentes a embarcações.
A Rússia condenou publicamente esse aumento de tropas, com Zakharova classificando o uso da força militar dos EUA na região como “excessivo” e em violação do direito internacional. O Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil Pinto, agradeceu publicamente a Moscou por condenar essas ameaças.
As atuais solicitações estão fundamentadas no amplo tratado de parceria estratégica assinado entre Rússia e Venezuela no início do ano, que cobre energia, armamentos e coordenação diplomática.
A resposta de Moscou tem o potencial de remodelar a dinâmica de poder na América Latina e alterar o equilíbrio de segurança na região, dada a crescente sensação de vulnerabilidade de Caracas.
Próximos Passos:
Moscou deverá avaliar os pedidos da Venezuela nas próximas semanas, decidindo sobre o fornecimento de equipamentos ou apoio logístico — uma decisão que será influenciada pelas próprias limitações de recursos da Rússia e pela guerra em curso na Ucrânia. A presença militar dos EUA no Caribe, no entanto, deve permanecer elevada, mantendo a região sob alta tensão estratégica.
