Governo Trump oferece colaboração e se coloca ‘a postos’ para o governador Castro
Uma semana após a operação de grande escala que resultou em 121 mortes nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o cenário político e de segurança se polariza. Enquanto os Estados Unidos manifestam apoio à ação policial, o presidente Lula endurece o tom e classifica a operação como “desastrosa”.
O governo de Donald Trump, por meio do Departamento de Justiça, enviou uma carta ao secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, oferecendo “apoio necessário” e elogiando a atuação das forças de segurança do estado.
Assinado por James Sparks, do setor de Repressão às Drogas, o comunicado também prestou condolências pela morte dos quatro policiais, que “tombaram no cumprimento do dever”.
“Neste momento de luto, reiteramos nosso respeito e admiração pelo trabalho incansável das forças de segurança do Estado e colocamo-nos à disposição para qualquer apoio que se faça necessário. Receba, Senhor Secretário, nossos votos de força e consolo diante dessa irreparável perda”, diz a carta.
Críticas de Lula
Em contraste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou sua postura inicial e passou a criticar abertamente a ação policial. Durante entrevista concedida a veículos internacionais em Belém do Pará, onde cumpre agenda na COP30, Lula classificou a operação como uma “matança” e uma ação “desastrosa”.
O presidente defendeu a participação de legistas da Polícia Federal na investigação do ocorrido, o que representa um endurecimento significativo em relação à sua primeira manifestação, na semana passada, quando havia apenas publicado uma mensagem genérica de combate ao crime organizado nas redes sociais.
Transferência de lideranças e articulação nacional
Simultaneamente aos desdobramentos políticos, o sistema judiciário do Rio de Janeiro agiu para isolar lideranças do crime organizado.
O Tribunal de Justiça determinou a transferência de sete traficantes para presídios federais.
Entre os nomes confirmados para transferência estão Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha (Complexo do Alemão), e Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor (Morro Santo Amaro).
O governo Cláudio Castro havia sugerido dez nomes, mas dois (Leonardo Farinazzo Pampuri, o Léo Barrão, e Wagner Teixeira Carlos, o Waguinho) aguardam mais informações da Polícia Civil para análise do pedido.
Rian Maurício Tavares Mota, acusado de operar drones do Comando Vermelho na Penha, teve sua transferência adiada, dependendo ainda de julgamento.
Em outra frente, as autoridades de segurança definiram uma nova prioridade: a primeira reunião do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado estabeleceu como foco principal a articulação nacional para barrar a entrada de fuzis no Rio de Janeiro. O encontro contou com a presença do secretário Nacional de Segurança, Mário Sarrubo, e do secretário de Segurança do Rio, Victor Santos.


