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Oposição lança fortes críticas à nova fala de Lula sobre megaoperação no Rio de Janeiro

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acendeu um novo foco de atrito com a oposição ao classificar a operação policial que resultou na morte de 121 pessoas no Rio de Janeiro – a mais letal da história do estado – como “desastrosa” e “matança”.

A declaração foi feita a jornalistas de veículos internacionais na manhã desta terça-feira (4), durante a agenda da COP30, em Belém, onde o presidente buscou traçar um contraste entre o resultado e a metodologia da ação. “O dado concreto é que a operação do ponto de vista da quantidade de mortes, ela foi considerada um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, afirmou o petista.

A reação imediata da oposição

As falas de Lula motivaram uma enxurrada de críticas nas redes sociais por parte de líderes da oposição, que acusaram o presidente de escolher o lado dos criminosos e negligenciar as forças de segurança.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, foi um dos mais veementes. Ele criticou a omissão do presidente sobre a morte dos quatro policiais durante a operação e sugeriu uma postura pró-crime por parte do governo. Cavalcante escreveu no X (antigo Twitter) que estava ficando claro “qual é o lado do Descondenado [referência a Lula] nesse episódio” e encerrou a postagem afirmando que a direita “sempre estará ao lado do lei, do Estado e da polícia”.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) recuperou uma polêmica anterior, na qual Lula havia se referido a traficantes como “vítimas de usuários” (e da qual o presidente posteriormente se retratou), para atacar o discurso atual. Nogueira declarou que Lula “prova de novo que acha que os traficantes são vítimas”.

O Embate Ideológico: O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, enquadrou a crítica dentro de uma perspectiva ideológica mais ampla. Ele acusou a “lógica da esquerda” de focar “sempre da perspectiva do ladrão, do assassino, daquele que comete o crime”, defendendo que o presidente deveria ter empatia pelo “cidadão de bem” e não por aqueles que “subvertem nossa democracia”.

A polêmica mais recente de Lula ocorre em um cenário já tenso no campo da segurança pública. O Governo Federal travou um embate com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que havia acusado a União de ter negado três pedidos de ajuda às Forças Armadas e faltado com apoio à gestão estadual.

Essa acusação foi publicamente rebatida horas depois pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que negou as alegações de Castro em entrevista coletiva.

Dessa forma, a declaração de Lula insere-se não apenas no debate sobre a letalidade policial, mas também na disputa política entre o Executivo Federal e a oposição, exacerbando a polarização sobre qual deve ser o papel do Estado na segurança pública.

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