Trump ameaça Rússia com submarino nuclear após Moscou se gabar de míssil de alcance ilimitado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou a divulgação russa de um teste bem-sucedido de um novo míssil de cruzeiro nuclear de “alcance ilimitado” para enfatizar a capacidade estratégica americana. Nesta segunda-feira (27), em viagem à Ásia a bordo do Air Force One, Trump afirmou que os EUA possuem um submarino nuclear furtivo posicionado “bem perto de suas costas” (da Rússia).
A Resposta de Trump
A declaração do presidente americano é uma resposta direta ao anúncio da Rússia sobre o míssil. Trump destacou a flexibilidade e o alcance limitado que as armas americanas, como o submarino nuclear, precisam ter em comparação com o míssil russo.
“Eles sabem que temos um submarino nuclear — o maior do mundo — bem perto de suas costas. Ele não precisa percorrer 12.800 quilômetros,” disse Trump.
Ele acrescentou que os EUA também estão em constante prontidão: “A Rússia não está brincando conosco. Nós também não estamos brincando com eles. Testamos mísseis o tempo todo.”
O avanço russo: missil Burevestnik
O teste que motivou a reação de Trump envolveu o míssil de cruzeiro nuclear russo 9M730 Burevestnik (identificado pela OTAN como SSC-X-9 Skyfall).
O Teste: O chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, informou no domingo que o míssil completou um voo de 14.000 quilômetros (8.700 milhas) em 15 horas, um avanço notável após testes anteriores fracassados.
Capacidade: O Burevestnik é alimentado por um mini reator nuclear, o que, teoricamente, lhe confere um alcance de voo ilimitado e a capacidade de contornar sistemas de defesa aérea.
Críticas: Apesar do sucesso, especialistas questionam a eficácia e o valor estratégico da arma. O especialista em controle de armas Jeffrey Lewis classificou o míssil como um vetor subsônico ($260 \text{ m/s}$), que poderia ser interceptado por aeronaves da OTAN, argumentando que a arma representa apenas “mais um passo em uma corrida armamentista que não oferece vitória para nenhum dos lados.”
Submarino americano: arma secreta
Trump não especificou o tipo ou a localização exata do submarino, e a Marinha dos EUA se recusou a comentar, mantendo o tradicional sigilo sobre o posicionamento de seus navios.
A menção pública de submarinos nucleares, que são cruciais para a dissuasão nuclear americana (os SSBNs de mísseis balísticos), é uma rara quebra de protocolo, usada por Washington para enviar uma mensagem estratégica direta aos adversários.
Não é a primeira vez que Trump usa essa tática; em agosto, ele afirmou ter ordenado que dois submarinos nucleares assumissem posições estratégicas em resposta a comentários provocativos de um ex-presidente russo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, por sua vez, tentou minimizar a tensão, insistindo que o teste do Burevestnik não deveria prejudicar as já frágeis relações entre EUA e Rússia.


