Close

Ameaça de invasão e provocação militar: os passos de Trump rumo à queda de Maduro

Compartilhe

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na quarta-feira (15) ter autorizado operações secretas da CIA (Agência Central de Inteligência) na Venezuela, intensificando a pressão contra o regime de Nicolás Maduro. O líder americano também mencionou a possibilidade de ataques terrestres contra cartéis de drogas, após uma série de bombardeios a embarcações no mar do Caribe que, segundo Washington, transportavam entorpecentes.

A ação é vista como mais um passo na escalada de tensões que se intensificou desde agosto, com o envio de navios e aeronaves militares dos EUA para a costa venezuelana, alegadamente para combater o tráfico internacional de drogas. O governo norte-americano acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles e já ofereceu US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão.

Analistas, como Maurício Santoro, doutor em Ciência Política, avaliam que o movimento político-militar dos EUA visa a derrubada de Maduro, possivelmente buscando acesso às vastas reservas de petróleo e riquezas minerais venezuelanas. A autorização para a CIA e a concentração de tropas no Caribe indicam a iminência de uma operação de larga escala, que pode incluir ataques a alvos estratégicos, a tentativa de capturar ou assassinar líderes ou a incitação de uma revolta popular.

Apesar de o objetivo declarado ser o combate ao narcotráfico – com Trump afirmando que a Venezuela envia drogas e criminosos para os EUA –, o “New York Times” e especialistas apontam que o foco real é a mudança de regime. Maduro, por sua vez, reagiu chamando a ação de “golpe de Estado da CIA” e classificou as declarações de Trump como belicistas. O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela classificou as políticas americanas como de “agressão, ameaça e assédio”, com o objetivo de “se apropriar dos recursos petrolíferos venezuelanos”.

Em outro sinal da crescente hostilidade, bombardeiros americanos B-52 sobrevoaram uma Região de Informação de Voo (FIR) próxima ao território venezuelano, em uma manobra que Santoro descreve como “provocação política” e ensaio para futuros bombardeios. O governo americano, porém, segue usando uma narrativa de combate ao crime organizado para justificar suas ações, enquanto entidades internacionais criticam os bombardeios recentes, que mataram civis, por considerá-los “execuções extrajudiciais ilegais”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

www.clmbrasil.com.br