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OTAN prepara grandes exercícios com armas nucleares em meio à tensão na Europa

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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) anunciou na sexta-feira a realização de seu maior exercício nuclear anual na próxima semana, com uma parte crucial do treinamento dedicada à proteção das armas antes de um potencial uso.

O exercício, chamado “Steadfast Noon”, já estava planejado e começa na próxima segunda-feira, em um momento de segurança reforçada em instalações militares europeias devido a uma série de incidentes misteriosos com drones, alguns ligados à Rússia.

Detalhes do Exercício e Mensagem de Dissuasão

Com duração de cerca de duas semanas e liderado pela Holanda, o “Steadfast Noon” envolverá 71 aeronaves de 14 nações da OTAN, seguindo um cronograma anual mantido há mais de uma década.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou em um vídeo que o exercício é vital para “garantir que nossa dissuasão nuclear permaneça tão confiável, segura e eficaz quanto possível.” Ele acrescentou que a manobra envia um “sinal claro a qualquer adversário em potencial de que iremos e podemos proteger e defender todos os aliados contra todas as ameaças.”

Apesar da participação de bombardeiros e caças com capacidade nuclear, não serão utilizadas armas ou munições reais. A maior parte do exercício ocorrerá no Mar do Norte, longe da Rússia e da Ucrânia, e envolverá bases militares na Bélgica, Grã-Bretanha, Dinamarca e Holanda. Estados Unidos e Grã-Bretanha, com suas forças nucleares, são essenciais para a estratégia de dissuasão da aliança.

Segurança e Drones

O Coronel Daniel Bunch, Chefe de Operações Nucleares da OTAN, destacou que uma parte significativa do exercício será a proteção de armas nucleares em solo. Segundo ele, a aliança deve se defender contra “uma variedade de ameaças diferentes” porque as armas nucleares são “ativos altamente protegidos que exigem a máxima segurança e proteção”.

Questionado sobre a recente preocupação com drones perto de instalações militares, o Coronel Bunch reconheceu que as “incursões mais frequentes” estão sendo monitoradas, mas insistiu que drones não são uma ameaça nova para a OTAN e que a aliança busca “ficar um passo à frente do adversário.”

Aliança Garante que Manobra Não é Dirigida a País Específico

Autoridades da OTAN, que hoje conta com 32 nações, não revelaram os cenários específicos de prontidão nuclear que serão testados. No entanto, elas enfatizaram que o exercício não é dirigido a nenhum país em particular e não está relacionado aos atuais eventos internacionais.

Os Estados Unidos contribuirão com jatos F-35 (capazes de transportar armas convencionais ou nucleares), aviões de reabastecimento e outras aeronaves de apoio. Finlândia e Polônia enviarão caças, e também serão utilizados sistemas de guerra eletrônica, reconhecimento e inteligência.

James Stokes, chefe da Diretoria de Política Nuclear da OTAN, assegurou que, apesar da intensa retórica do Kremlin, os aliados “não viram nenhuma mudança na postura nuclear da Rússia” recentemente. Ele reiterou que a Rússia não é o foco do exercício, embora a OTAN continue a monitorar atividades militares russas, como o uso de mísseis de dupla capacidade na Ucrânia.

A posição da aliança permanece a mesma, conforme acordado na Cúpula de Washington: “o propósito fundamental da capacidade nuclear da OTAN é preservar a paz, prevenir a coerção e dissuadir a agressão”. A organização reafirma: “Enquanto existirem armas nucleares, a OTAN continuará sendo uma aliança nuclear”.

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