Apoiadores de Bolsonaro vão às ruas de Brasília em ato nesta terça
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro organizaram uma manifestação para esta terça-feira (7) em apoio à proposta de anistia “ampla, geral e irrestrita” para os condenados pelos atos de 8 de janeiro.
O principal objetivo do movimento é responder aos protestos da esquerda que ocorreram no final de setembro. Naquela ocasião, milhares de pessoas foram às ruas justamente para se opor à manobra da Câmara dos Deputados que vinculava a anistia à votação da PEC da Blindagem.
A expectativa entre os bolsonaristas é que a manifestação consiga mobilizar o público e, com isso, pressionar o Congresso Nacional a debater o tema.
Lideranças na convocação
A convocação está sendo amplamente divulgada nas redes sociais por figuras influentes do bolsonarismo, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Apesar de o Centrão considerar a anistia como uma pauta superada e convertida no “PL da Dosimetria” (que visa apenas reduzir as penas dos condenados), o tema continua sendo o foco principal dos bolsonaristas.
Tensão no congresso e estratégia de mobilização
A controvérsia em torno da anistia ganhou força no mês passado quando sua aprovação foi atrelada à PEC da Blindagem, transformando a combinação em alvo de protestos da oposição. Agora, os bolsonaristas buscam reacender o debate com uma caminhada na Esplanada dos Ministérios em direção ao Congresso, na tentativa de forçar os parlamentares a pautar a questão.
O pastor Silas Malafaia, um aliado da família Bolsonaro, afirmou que “os artistas serão as famílias das pessoas injustiçadas”. A declaração é uma referência aos atos da esquerda de 21 de setembro, que contaram com a participação de artistas como Caetano Veloso e Chico Buarque, e que foram minimizados pela direita.
Em vídeo de divulgação, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convoca a população: “Você é o nosso artista, você é a estrela do filme, nossa voz em Brasília”. Parlamentares como a deputada Bia Kicis (PL-DF) promovem o evento defendendo que “Anistia é um esquecimento, e é isso que a gente quer”.
Críticas do Centrão
No entanto, integrantes do Centrão criticam a estratégia, argumentando que se o real interesse fosse a situação dos condenados, os bolsonaristas deveriam negociar a proposta de redução de penas já existente com o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), em vez de obstruir outras negociações no Congresso.
Segundo esses congressistas, o verdadeiro objetivo da anistia seria beneficiar exclusivamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, e por isso, uma proposta nesses moldes não teria chance de aprovação.
