Trump acelera acordo: plano de paz de 21 pontos para Gaza força negociação sobre reféns com Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou à Casa Branca para um encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, nesta segunda-feira (29). O foco da reunião é um abrangente plano de 21 pontos proposto por Trump para encerrar o conflito em Gaza.
Ao cumprimentar Netanyahu, o presidente Trump demonstrou alto otimismo, declarando a jornalistas que estava “muito confiante” sobre as chances de um acordo de paz. Netanyahu, por sua vez, foi breve, apenas dizendo a Trump: “Espero que sim”, em um comentário cuja referência não ficou clara.
Trump, anunciou que Netanyahu, aceitou seu abrangente plano de 21 pontos para a paz em Gaza, após uma reunião na Casa Branca nesta segunda-feira.
Ao lado de Netanyahu, Trump demonstrou otimismo, afirmando que os dois estão “muito, muito perto” de finalizar um acordo que envolveria países árabes e poderia levar a uma paz mais ampla no Oriente Médio. O presidente americano descreveu a proposta como “extremamente justa” e pediu publicamente que o Hamas a aceite.
“Quero agradecer a Bibi por realmente se esforçar e fazer um trabalho,” declarou Trump, ressaltando o desejo israelense pelo retorno da paz e dos reféns. Ele também manifestou acreditar que o Irã um dia integrará os Acordos de Abraham.
Detalhes da proposta de Paz
O plano detalhado de Trump prevê um fim imediato da guerra mediante a aceitação de ambos os lados. As condições incluem:Troca de prisioneiros e reféns: Todos os reféns israelenses, vivos e mortos, seriam devolvidos em até 72 horas após a aceitação do acordo. Em troca, Israel libertaria 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua e mais 1.700 detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças. Além disso, Israel devolveria os restos mortais de 15 palestinos mortos para cada refém israelense libertado.
Retirada militar: As forças israelenses se retirariam para uma linha pré-acordada, com suspensão imediata de todas as operações militares, aguardando a retirada completa e gradual.
Governança de Gaza: O futuro de Gaza seria administrado por um comitê tecnocrático palestino temporário, sob um novo “Conselho da Paz” internacional presidido por Trump e que incluiria o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Anistia para o Hamas: Membros do Hamas que aceitarem a coexistência pacífica e se desarmarem seriam anistiados.
O plano inclui ainda a criação de uma zona econômica especial e um painel de investimentos para a reconstrução de Gaza. O documento garante que ninguém será forçado a deixar Gaza, e aqueles que desejarem sair terão passagem segura e o direito de retornar.
Cooperação trilateral e reação do Hamas
Em um desenvolvimento diplomático notável, a Casa Branca anunciou a criação de um mecanismo “trilateral” entre Israel, EUA e Catar para resolver queixas mútuas.
Este anúncio seguiu um telefonema coordenado por Trump, no qual o primeiro-ministro Netanyahu pediu desculpas a seu homólogo do Catar, al-Thani, por um ataque e violação da soberania do país, comprometendo-se a não repetir a ação.
Paralelamente, o Hamas sinalizou uma possível mudança política. O líder da organização, Taher Al-Nounou, afirmou que o grupo está pronto para negociar com a Autoridade Palestina a criação de um governo unificado para administrar tanto Gaza quanto a Cisjordânia.
