França reconhece o Estado da Palestina; Israel promete punir países por suas ações
Em uma cúpula da ONU em Nova York, a França, sob a liderança do presidente Emmanuel Macron, anunciou o reconhecimento do Estado da Palestina. Essa decisão, que visa “abrir caminho para a paz”, foi tomada em meio à intensificação do conflito em Gaza e segue um movimento similar de aliados ocidentais como Reino Unido e Canadá, que já haviam feito o mesmo.
Apesar de ser um gesto simbólico que eleva o moral dos palestinos, o reconhecimento não deve trazer mudanças práticas imediatas, especialmente porque o governo de Israel — que boicotou a cúpula, assim como os EUA — declarou que não aceitará um Estado palestino enquanto continua sua ofensiva contra o Hamas em Gaza. A guerra, iniciada após o ataque do Hamas em outubro de 2023, já resultou em milhares de mortes palestinas e gerou forte condenação internacional contra Israel.
Além da França, outros países como Andorra, Bélgica, Luxemburgo, San Marino, Austrália, Portugal e Malta também anunciaram o reconhecimento. Israel, por sua vez, afirma que tais medidas prejudicam a chance de uma solução pacífica para o conflito. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, disse que Israel anunciará sua resposta após o retorno do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O contexto da solução de dois Estados
A solução de dois Estados, que foi a base dos Acordos de Oslo de 1993, está paralisada desde 2014. Os Estados Unidos, aliados de Israel, se opõem ao reconhecimento unilateral do Estado palestino, argumentando que isso criaria mais problemas. No entanto, o aumento da violência em Gaza e na Cisjordânia tem gerado um senso de urgência em algumas nações para agir antes que a ideia de uma solução de dois Estados desapareça por completo.
Apesar de a maioria dos países europeus já reconhecer a Palestina, nações como Alemanha e Itália resistem. A Alemanha, que historicamente apoia Israel por causa do Holocausto, insiste que o reconhecimento só deve ocorrer como resultado de um acordo político. A Itália considera a medida “contraproducente”.
Possível resposta de Israel
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou os apelos para encerrar a campanha militar em Gaza e afirmou que não reconhecerá um Estado palestino. Fontes israelenses indicam que Israel pode responder aos reconhecimentos internacionais com a anexação de parte da Cisjordânia ou outras medidas específicas contra países como a França. Tal anexação, no entanto, poderia alienar países árabes que normalizaram relações com Israel, como os Emirados Árabes Unidos.


