ONU aprova solução para o Estado palestino, para fúria de Israel
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira (12) uma resolução que busca promover uma solução de dois Estados para Israel e Palestina, excluindo a participação do grupo Hamas. A proposta, apresentada por França e Arábia Saudita, foi adotada por 142 votos a favor, 10 contra e 12 abstenções.
Entre os votos contrários estão Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos. O governo israelense, por meio do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Oren Marmorstein, classificou a decisão como “vergonhosa” e que “não favorece uma solução para a paz”, pois “encoraja o Hamas a continuar a guerra”.
Resolução condena o Hamas
Apesar das críticas de Israel, a resolução da ONU explicitamente repudia os ataques do Hamas e exige a libertação dos reféns ainda em posse do grupo. O texto também defende que, após o fim da guerra em Gaza, o Hamas deve entregar suas armas à Autoridade Palestina, com o apoio da comunidade internacional.
A aprovação da medida ocorre em um momento de crescente pressão sobre Israel para encerrar o conflito em Gaza. A resolução também prepara o terreno para a próxima cúpula da ONU, em 22 de setembro, onde a França, entre outros países, planeja reconhecer formalmente o Estado palestino.
Futuro incerto e oposição de Israel
A resolução também aborda o futuro pós-guerra, sugerindo uma missão de estabilização internacional em Gaza para proteger a população e garantir a segurança tanto da Palestina quanto de Israel.
No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou sua oposição a qualquer possibilidade de um Estado palestino, declarando: “Não haverá um Estado palestino”. A expansão de assentamentos na Cisjordânia também levanta temores de que a criação de um Estado palestino independente se torne fisicamente inviável.
A resolução da ONU, que já conta com o reconhecimento de cerca de três quartos de seus 193 membros (incluindo o Brasil), marca um avanço diplomático significativo, ao mesmo tempo que reflete as profundas divisões sobre a viabilidade e o caminho para a paz na região.
