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Jornal americano repercute julgamento de Bolsonaro no STF que ocorre nesta terça (2)

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O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pela suposta tentativa de golpe, que se inicia nesta terça-feira, é tema de destaque no jornal norte-americano The Washington Post. Segundo a publicação, o caso representa uma inflexão histórica para o Brasil, pois é a primeira vez que uma tentativa de ruptura da ordem institucional será julgada. Historiadores brasileiros consultados pelo jornal, como Carlos Fico e Lilia Schwarcz, concordam que o julgamento rompe com um “pacto de silêncio” que tem protegido os militares no país.

Tensões diplomáticas com os EUA e sanções de Trump

A reportagem do Washington Post também ressalta as crescentes tensões entre Brasil e Estados Unidos, intensificadas pela atuação do presidente Donald Trump. Desde maio, o governo americano tem feito investidas contra o Brasil, como a ameaça de sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do processo. Em julho, Trump manifestou-se contra a “caça às bruxas” contra Bolsonaro, impôs tarifas a produtos brasileiros e revogou vistos de autoridades. Moraes, inclusive, foi sancionado com base na Lei Magnitsky.

As ações de Trump foram precedidas por uma campanha de bolsonaristas, liderada pelo deputado Eduardo Bolsonaro, que tentou pressionar o governo americano a punir autoridades brasileiras. Apesar das investidas de Washington, o Brasil não recuou. O Washington Post destaca que, pelo contrário, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e seu filho, citando a atuação do deputado para incentivar medidas punitivas contra o país.

Moraes defende avanço do processo

O caso chegou a um ponto de inflexão com a imposição de uma tarifa de 50% pelos EUA a produtos brasileiros, vista por Alexandre de Moraes como uma tentativa de coagir a Justiça. Em resposta, o ministro decretou medidas cautelares contra Bolsonaro e, após o descumprimento, determinou a prisão domiciliar do ex-presidente em 4 de agosto. Em entrevista ao Washington Post, Moraes afirmou que “não há a menor possibilidade de recuar nem um milímetro” e que a Justiça seguirá seu curso, com a análise das provas e a punição dos culpados.

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