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Israel está muito perto da construção do Terceiro Templo com o controle sobre a mesquita de Al-Aqsa

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As autoridades israelenses e grupos do Monte do Templo têm intensificado os esforços para consolidar o controle sobre a Mesquita de Al-Aqsa, um dos locais mais sagrados do Islã. A escalada de tensões, impulsionada por políticas de restrição a palestinos e o aumento da presença judaica, sugere que a discussão sobre a construção de um Terceiro Templo não é mais apenas retórica, mas uma agenda em andamento.

Restrições e avanços graduais

A estratégia israelense é multifacetada e visa, passo a passo, a afirmação de sua soberania. As medidas incluem:

  • Controle de Acesso Palestino: Palestinos da Cisjordânia, Gaza e, em muitos casos, homens com menos de 50 anos são impedidos de entrar no complexo. As autoridades israelenses emitem dezenas de proibições anuais, esvaziando a presença muçulmana e reduzindo o número de fiéis para uma fração do que era no passado.
  • Aumento de Orações Judaicas: Em contraste, as visitas de grupos judaicos ao local se multiplicaram, e um número recorde de mais de 57 mil pessoas participou em 2024. O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, implementou uma política que permite orações judaicas abertas e públicas, incluindo cânticos, danças e até o hasteamento da bandeira israelense, violando o status quo histórico.
Esvaziamento da autoridade do Waqf Islâmico

Um elemento crucial dessa estratégia é o enfraquecimento da autoridade administrativa do Waqf Islâmico, o órgão jordaniano responsável pelo local. Segundo uma fonte do Waqf, a autoridade do grupo “é zero”. Israel exige aprovação prévia para qualquer tipo de manutenção, por mais trivial que seja. Um exemplo alarmante foi o bloqueio da entrada de tapetes doados pelo rei da Jordânia, um ato que, segundo os palestinos, foi uma demonstração de soberania israelense.

O avanço gradual de Israel reforça o medo palestino de que o controle temporal se torne uma divisão física, seguindo o modelo da Mesquita Ibrahimi em Hebron. O plano do parlamentar do Likud, Amit Halevi, de alocar 30% da mesquita para muçulmanos e o restante para judeus, com a construção de uma sinagoga, é visto como a primeira etapa para a eventual substituição da Mesquita de Al-Aqsa por um Terceiro Templo.

Figuras políticas de alto escalão, como os ministros Bezalel Smotrich e Yitzhak Wasserlauf, têm falado abertamente sobre a “redenção completa” e a reconstrução do Templo, mostrando que essa não é uma ideia marginal, mas uma aspiração central para grupos com crescente influência no governo de Israel. Um oficial do Waqf descreveu a situação como um “projeto abrangente de judaização” que busca tornar a realidade irreversível, antes que o mundo se dê conta de sua magnitude.

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