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Maduro convoca a população: recrutamento em massa agita a Venezuela em meio ao agravamento de tensões com os EUA

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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou um alistamento militar nacional em massa para este fim de semana, convocando a população a se juntar à Milícia Bolivariana. O anúncio foi feito em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos, que intensificaram a pressão sobre a Venezuela.

Maduro afirmou que o alistamento faz parte do “Plano de Soberania Nacional Simón Bolívar” e é um “sinal” de que a Venezuela “rejeita” o que chamou de “imperialismo”. “A ordem para defender a pátria está dada”, declarou o presidente, garantindo que o país “triunfará” sobre as ameaças dos EUA.

As tensões se acentuaram após o governo norte-americano aumentar a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, de 25 milhões para 50 milhões de dólares. A Casa Branca o acusa de liderar um cartel de drogas, uma alegação que a Venezuela nega veementemente. Além disso, os EUA enviaram um esquadrão anfíbio para o sul do Mar do Caribe, com a possibilidade de navios como o USS San Antonio e o USS Iwo Jima se aproximarem da costa venezuelana.

Em resposta, Maduro ativou um “plano especial” para mobilizar 4,5 milhões de milicianos, afirmando que “nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela, nem deverá tocar o solo sagrado da América do Sul”.

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, também criticou as declarações do diretor da Agência Antidrogas dos EUA (DEA), Terry Cole, que chamou a Venezuela de “estado narcoterrorista”. Rodríguez afirmou que a DEA é o “maior cartel de drogas do mundo” e que as declarações de Cole são uma “manobra grosseira” para justificar uma agressão militar e se apossar dos recursos do país.

A mobilização militar dos EUA gerou uma forte reação em toda a América Latina. A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) condenou o envio de tropas, com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel alertando para uma “ofensiva hegemônica” no Caribe. O presidente boliviano Luis Arce classificou a ação como “uma provocação inaceitável”.

Mesmo fora do bloco bolivariano, a presidente mexicana Claudia Sheinbaum manifestou-se contra o que chamou de “intervencionismo”. O presidente colombiano Gustavo Petro também alertou sobre as graves consequências de uma intervenção militar, comparando a situação da Venezuela à da Síria, com o risco de arrastar a Colômbia para a mesma crise.

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