Irã intensifica exercícios de mísseis enquanto fantasma da guerra com Israel ronda o Oriente Médio
O Irã iniciou um exercício militar de dois dias no norte do Oceano Índico e no Mar de Omã, em uma clara demonstração de força após o recente conflito com Israel e Estados Unidos. As manobras, que começaram na quinta-feira, incluem o lançamento de mísseis, operações de guerra eletrônica e o uso de drones.
O exercício acontece em um momento de extrema fragilidade na região. Recentemente, Irã e Israel travaram uma guerra direta de 12 dias, que resultou em baixas e destruição significativas. Os Estados Unidos intervieram no conflito com ataques aéreos, e agora mantêm a pressão sobre o Irã, enquanto reafirmam seu apoio a Israel.
Apesar do cessar-fogo declarado em 24 de junho pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, a hostilidade entre as nações permanece alta. O exercício militar iraniano serve como um aviso aos seus rivais e um sinal de que o país está preparado para uma nova escalada de confrontos.
Detalhes das manobras
Segundo a mídia estatal, a Marinha iraniana está utilizando embarcações de superfície e subsuperfície, unidades aéreas, plataformas de mísseis costeiras e divisões de guerra eletrônica. O porta-voz da Marinha iraniana, contra-almirante Abbas Hassani, afirmou que o exercício testará uma “ampla gama de mísseis de cruzeiro de precisão”, capazes de atingir alvos de superfície em curtas, médias e longas distâncias. Hassani enfatizou que o objetivo é aprimorar a prontidão de combate e a capacidade de dissuasão do país.
O conflito anterior, que começou em 13 de junho, viu o Irã lançar ataques com mísseis e drones contra Israel, enquanto Israel respondeu com ataques aéreos a instalações militares iranianas. Os EUA entraram na guerra em 22 de junho, atacando instalações nucleares no Irã. Em resposta, o Irã atacou a Base Aérea de Al-Udeid, dos EUA, no Catar.
Tensão e retórica
Desde o cessar-fogo, autoridades iranianas têm alertado sobre futuros conflitos e a necessidade de fortalecer suas capacidades de mísseis, drones e guerra eletrônica. Ao mesmo tempo, Israel e os EUA mantêm uma postura de alerta máximo, com uma forte presença militar na região para monitorar os movimentos iranianos.
As declarações de líderes de ambas as partes indicam que a paz é apenas temporária e as tensões permanecem em um nível crítico. O contra-almirante Abbas Hassani, por exemplo, declarou que “uma ampla gama de mísseis de cruzeiro de precisão com alcance curto, médio e longo serão empregados para atingir e destruir alvos de superfície”.
Já o chefe do Estado-Maior israelense, Eyal Zamir, afirmou: “Estamos prontos para atacar novamente quando necessário.”
O exercício militar do Irã, que termina nesta sexta-feira, reflete a alta instabilidade da região. Com Irã, Israel e Estados Unidos mantendo posturas estratégicas e emitindo alertas, a possibilidade de uma nova escalada militar continua sendo uma realidade.
