Cientistas alertam: o próximo grande terremoto na Califórnia pode ser mais devastador do que se pensava
Uma pesquisa do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) analisou um poderoso terremoto de magnitude 7,7 ocorrido em 28 de março no Sudeste Asiático, que causou mais de 3.700 mortes em Mianmar e 63 na Tailândia. O estudo revelou que as características dessa falha sísmica, conhecida como Falha de Sagaing, são semelhantes às da temida Falha de San Andreas, nos Estados Unidos. Essa descoberta pode oferecer novas pistas sobre os possíveis impactos de um grande terremoto no oeste americano.
Terremotos podem ser mais poderosos que o esperado
O estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, utilizou imagens de satélite para analisar o movimento da Falha de Sagaing, a maior ruptura sísmica já documentada em um continente. Com isso, os pesquisadores aprimoraram modelos de comportamento de falhas sísmicas, indicando que terremotos futuros nas falhas de Sagaing e San Andreas podem ser mais poderosos e diferentes do que se esperava.
A principal autora do estudo, Solène Antoine, explicou que a equipe utilizou “métodos de correlação de imagens” para medir o deslocamento do solo e descobriu que a falha de Sagaing se moveu três metros em seu lado leste. A extensão da fratura, segundo os cientistas, foi surpreendentemente maior do que o previsto para a sismologia da região. O coautor Jean-Philippe Avouac destacou a surpresa com a magnitude da ruptura.
Simulações buscam prever “todos os cenários possíveis”
Avouac ressaltou que o estudo sugere que terremotos futuros não serão uma simples repetição dos eventos do passado, podendo ser “muito diferentes”. O próximo passo da pesquisa é desenvolver um modelo para simular terremotos na Falha de San Andreas ao longo de milênios, buscando uma visão abrangente de “todos os cenários possíveis”.
Não está descartada a possibilidade de que um tremor maior possa gerar uma ruptura superior a 8 graus de magnitude. Se isso acontecer, a Califórnia pode enfrentar o maior desastre simultâneo de sua história moderna, com vastas áreas devastadas por múltiplos e poderosos terremotos.
Modelos não preveem quando o próximo terremoto irá acontecer
Embora os cientistas do Caltech tenham uma visão mais clara dos possíveis cenários, eles reforçam que os modelos não conseguem prever a data exata do próximo grande terremoto. “É simplesmente uma questão de mostrar quais cenários são possíveis, sua diversidade e observar as consequências de cada um”, afirmou Antoine. “Não podemos esperar exatamente a mesma coisa”.
