Close

Governo americano restringe vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos

Compartilhe

Os Estados Unidos anunciaram a revogação e restrição de vistos de dois brasileiros acusados de cumplicidade com o programa Mais Médicos, que contratou profissionais de saúde cubanos. Washington acusa Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo, de terem tido um papel central no planejamento e execução do programa.

Lançado em 2013 pelo governo de Dilma Rousseff, o Mais Médicos tinha como objetivo levar atendimento de saúde a áreas carentes. O programa se baseava em um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que servia de intermediária para a contratação dos médicos cubanos. Segundo o secretário de Estado americano, Marco Rubio, o programa explorava os profissionais de saúde cubanos por meio de “trabalho forçado”.

Rubio afirmou que os brasileiros e ex-funcionários da Opas facilitaram um “estratagema” de Havana, contornando sanções americanas contra Cuba e não cumprindo os requisitos constitucionais brasileiros. O secretário de Estado alega que os acusados pagaram “conscientemente” ao governo cubano o dinheiro que deveria ter sido destinado aos médicos.

Reações e contexto político

O ministro da Saúde brasileiro, Alexandre Padilha, defendeu o Mais Médicos, declarando que o programa “salva vidas” e que o governo não se curvará “a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência”. Padilha também se referiu às acusações como “ataques injustificáveis”.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, também se pronunciou, criticando a atitude dos EUA como uma demonstração de “imposição e agressão”.

A restrição de vistos ocorre em um momento de tensão entre os Estados Unidos e o Brasil. O Mais Médicos foi relançado em 2023 pelo governo Lula, com foco em profissionais brasileiros, após ter sido descontinuado pelo governo Bolsonaro. O Departamento de Estado americano também anunciou restrições de vistos a funcionários do governo de Cuba, Granada e alguns países africanos por cumplicidade em missões médicas cubanas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

www.clmbrasil.com.br