A nova era da IA: Google dá um grande salto na criação da inteligência artificial geral
O Google DeepMind, divisão de pesquisa e inteligência artificial do Google, deu um passo significativo em direção à Inteligência Artificial Geral (AGI) com a apresentação de um novo modelo chamado Genie 3. A ferramenta cria simulações convincentes do mundo real, permitindo que sistemas de IA interajam com ambientes realistas.
Segundo a empresa, o “modelo mundial” poderá ser usado para treinar robôs e veículos autônomos em cenários como armazéns ou estradas. A DeepMind argumenta que essa tecnologia é fundamental para o desenvolvimento da AGI, um nível hipotético de inteligência artificial em que um sistema seria capaz de realizar a maioria das tarefas no mesmo nível de um ser humano. Além disso, esses modelos seriam essenciais para o desenvolvimento de agentes de IA, sistemas que executam tarefas de forma autônoma.
O Genie 3 cria cenários imediatamente a partir de instruções de texto. Durante uma demonstração para jornalistas, o Google mostrou simulações de armazéns e até de uma pista de esqui onde era possível adicionar, com um novo comando de texto, uma manada de veados. A qualidade das simulações é semelhante à do modelo de criação de vídeos Veo 3, mas com duração de minutos, em vez dos oito segundos oferecidos pelo Veo 3.
Além do treinamento de robôs, o Google afirma que o Genie 3 poderia ser usado por humanos para simular experiências como esquiar ou caminhar em um lago nas montanhas.
Apesar do avanço, o Google ressaltou que o Genie 3 ainda não está pronto para o lançamento público, citando diversas limitações. A empresa não divulgou uma data para a disponibilização do modelo.
A corrida pela AGI
O anúncio do Google acontece em meio a uma crescente competição no mercado de IA. A OpenAI, criadora do ChatGPT, também parece estar avançando. Recentemente, o CEO da empresa, Sam Altman, compartilhou uma imagem que sugere o desenvolvimento do GPT-5, o mais novo modelo de IA da companhia.
Especialistas do setor de tecnologia também veem grande potencial nos modelos mundiais. Andrew Rogoyski, do Instituto de IA Centrada em Pessoas da Universidade de Surrey, no Reino Unido, explica que dar a uma IA a capacidade de explorar um mundo — mesmo que virtualmente — pode adicionar uma “dimensão importante” no desenvolvimento de IAs mais poderosas e inteligentes. Isso complementaria o treinamento com grandes volumes de dados da internet, que é como as IAs são treinadas atualmente.
